Arrozeiros temem queda de preços
Documento será remetido a Brasília com críticas à Conab. Indústria
alega que ainda falta grão no Estado.
O setor produtivo do arroz gaúcho deve elaborar um documento para enviar à Conab e ao Ministério da Agricultura reclamando da forma como foi divulgada a intenção de a companhia rever os números de área plantada da safra 2006/07. O temor dos produtores é que o anúncio de que a produção foi maior do que se tinha informação leve à queda dos preços. Conforme o diretor de logística da Conab, Sílvio Porto, a safra pode ser até 700 mil toneladas maior do que havia sido calculado.
O presidente da Comissão Setorial Nacional do Arroz e da Comissão de Arroz da Farsul, Francisco Schardong, comentou que os novos dados coincidem com a estimativa da federação de que há mais produto nos estoques de passagem do que o previsto.
– O que é lamentável é que, mais uma vez, o agricultor é quem paga o erro -.
Para ele, a alteração no levantamento tira a confiabilidade da Conab. Os orizicultores devem usar o equívoco como mais uma justificativa para reforçar o pleito de liberação de Pepro com a subvenção em relação ao custo de produção.
O presidente da Federarroz, Renato Rocha, reclamou que, apesar de saber do erro desde maio, a Conab deixou para refazer a pesquisa na entressafra, quando o preço está em reação.
– Além disso, ficamos sabendo da informação pela imprensa. Por que isso não foi trabalhado nas reuniões da câmara setorial? – questionou.
O presidente do Irga, Maurício Fischer, disse que o setor produtivo discorda da Conab e que o levantamento do instituto é próximo dos números iniciais da companhia.
– Até agora, a Conab estava batendo com o Irga -.
Apesar da preocupação dos produtores, o presidente do Sindarroz, Élio Coradini, não acredita que a divulgação de novos dados possa resultar em redução nos preços. Ele comentou que falta arroz.
– Estou achando que os números da Conab estão bem próximos da realidade, porque temos dificuldade para comprar. Ou não existe o grão, ou o produtor está retendo -.