Arrozeiros vão a Brasília e mantêm bloqueios

Seis mil produtores e pessoas ligadas à cadeia produtiva do arroz intensificaram o movimento de protesto contra o Mercosul, a inércia do Governo Federal e a pelo ajustamento do preço mínimo. Setor tem audiência com o presidente Lula.

O movimento independente de arrozeiros gaúchos intensificou nesta terça-feira 7 a mobilização e os protestos contra as importações do Mercosul, a falta de uma política de comercialização por parte do Governo Federal e, também, a defasagem dos preços mínimos estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Nesta quarta-feira 8, lideranças da Confederação Nacional da Agricultura, o presidente da Federarroz, Valter José Pötter, prefeitos, deputados estaduais e federais e senadores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina terão uma audiência com o presidente Lula. O encontro está agendado para as 18h30min, no Palácio da Alvorada.

O presidente da Federarroz afirmou que irá cobrar, olho no olho, a promessa feita pelo presidente Lula em um encontro no Aeroporto Salgado Filho, há quatro meses, de que seriam criadas compensações para os setores que amargam prejuízos por causa do Mercosul. O setor reclama de ter levado mais de 60 dias para conseguir uma audiência com o presidente da República, mesmo em meio a uma das mais sérias crises já enfrentadas pela orizicultura nacional.

Um documento será entregue ao presidente Lula com quatro pedidos:

A compra imediata de 1,5 milhão de toneladas de arroz via contratos públicos de opção – 850 mil no Rio Grande do Sul, 150 mil em Santa Catarina e 500 mil no Centro-Oeste

Suspensão das importações de arroz do Mercosul ou estabelecimento de cotas fixas ou ainda a criação de um fundo de compensação – aliados à liberação para compra de insumos no Mercosul, que são mais baratos, regularização das balanças e postos de fiscalização fitossanitários

Reavaliação dos preços mínimos do arroz, hoje em R$ 20,53 para o saco de 50 quilos no Rio Grande do Sul e R$ 20,70 para o saco de 60 quilos no Mato Grosso

Alongamento das parcelas de custeio que vencem em 2005 para cinco parcelas anuais pelos próximos cinco anos.

Além deste encontro, os arrozeiros ainda se reunirão com a Comissão de Agricultura da Câmara Federal, com representantes dos ministérios da Agricultura e da Fazenda e a direção do Banco do Brasil.

Na volta das lideranças arrozeiras, uma assembléia geral será realizada para avaliar a situação e o Governo Federal terá um tempo seco de uma a duas semanas para apresentar ações. Se não surgirem medidas neste período, os arrozeiros deverão marchar para Brasília, num movimento nacional.

MOVIMENTO

Nesta terça-feira 7 foram realizados protestos em 27 municípios do Rio Grande do Sul. Em 18 pontos do estado houve bloqueio de rodovias. Apenas em Pelotas os produtores não puderam fechar a BR 116 por força de uma liminar concedida pela Justiça Federal, salvaguardando o direito de empresas da região. Mesmo assim, a rodovia foi fechada em pelo menos dois outros pontos.

Foram bloqueadas rodovias nos municípios de Quaraí, Santa Vitória do Palmar, São Gabriel, São Sepé, São Borja, São Lourenço, Dom Pedrito, Tapes, Uruguaiana, Alegrete, Arroio Grande, Bagé, Itaqui, Jaguarão, Camaquã, Pedro Osório, Capão do Leão. Nesta quarta-feira 8 outros cinco pontos do estado serão bloqueados.

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