As vantagens do sulco-camalhão
Técnica favorece a intensificação de cultivos em várzeas
Muitos agricultores enfrentam dificuldades para alcançar a estabilidade produtiva em suas propriedades, em especial nos períodos de secas prologadas e chuvas volumosas. Alterar o ambiente das lavouras para favorecer a introdução de outros cultivos, minimizando os riscos pelos estresses climáticos, tem sido um desafio da ciência e dos produtores.
“Dessa maneira, não apenas em períodos turbulentos, mas também em situações favoráveis, uma solução importante encontrada pelos produtores tem sido o Projeto Sulco, desenvolvido pela Embrapa, em parceria com empresas privadas e agricultores, que tem dado ótimos resultados”, revelou o engenheiro Guilherme Cassol, da PipeBR, um dos palestrantes do 12º Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado sobre o tema de manejo de águas.
Ademais dos fatores econômicos envolvidos, Cassol destacou que a rotação de culturas promove um ambiente favorável às áreas de cultivo, alternando herbicidas, fragmentando o ciclo de patogênicos, doenças e plantas daninhas. Além disso, a rotação com leguminosas, como a soja, promove a fixação biológica de nitrogênio no ambiente, o que pode complementar a adubação da cultura sucessora, como gramíneas.
Destacou, no entanto, que a introdução com sucesso de culturas de sequeiro em ambiente de terras baixas exige algumas premissas. “Uma delas é a drenagem, que pode ser realizada com o sulco-camalhão, tecnologia adaptada e aperfeiçoada pela Embrapa, que tem a PipeBR como um dos parceiros.
A análise prévia da área é fundamental para a implementar o método e tornar o terreno apto para a efetivação do sulco-camalhão. Pode-se realizar a suavização/sistematização. Este processo consiste no nivelamento e/ou correção das irregularidades do solo para melhor eficácia da drenagem e da irrigação”, acrescentou Cassol.30