Assentamentos do Noroeste do Paraná destacam-se na agroindustrialização de leite e arroz

A região, formada por Querência do Norte e Santa Cruz do Monte Castelo, é referência na produção de leite e arroz e na agroindustrialização desses produtos, por meio da Cooperativa de Comércio e Reforma Agrária Avante (Coana).

Dois municípios do Noroeste do Paraná concentram doze assentamentos do Incra com mais de 800 famílias. A região, formada por Querência do Norte e Santa Cruz do Monte Castelo, é referência na produção de leite e arroz e na agroindustrialização desses produtos, por meio da Cooperativa de Comércio e Reforma Agrária Avante (Coana).

A produção de leite é a atividade principal nos assentamentos desses municípios, além do plantio de arroz e mandioca. “Somente com o leite, cada família assentada consegue, em média, uma renda bruta mensal de R$ 900. A Cooperativa paga R$ 0,70 por litro, enquanto o mercado convencional paga apenas R$ 0,40”, explica o coordenador técnico da Coana, Jaime Dutra Coelho.

O laticínio da Coana, recebeu em 2007, investimentos de R$ 1,5 milhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e hoje destaca-se na produção de derivados lácteos, como queijo mussarela, provolone, ricota, bebida láctea de morango e coco, iogurtes, leite pasteurizado, manteiga e minas frescal. Na produção de arroz, a Coana tem capacidade para beneficiar 15 mil toneladas por ano do tipo 1 (polido) e tipo 2, além do farelo.

“Os produtos são distribuídos nos supermercados de Londrina e Maringá, além de instituições beneficiadas com os programas de Aquisição de Alimentos e Fome Zero, do governo federal”, afirma Coelho.

De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Querência do Norte, Geovani Braun, a criação de assentamentos é benéfica aos municípios. “As famílias assentadas têm um trabalho e moradia e ajudam a dinamizar a economia das cidades”, destaca.

O assentado Alvício Cristo, do projeto de assentamento Pontal do Tigre, localizado em Querência do Norte, planta arroz no lote de 40 hectares e colhe, em média, mil sacos do produto por ano. “Trabalhava como agregado no Oeste do Paraná e cheguei a ir para Santa Catarina em busca de trabalho, mas não encontrei. Queria continuar no campo e agora não saio mais do meu lote”, diz o assentado. Com a renda obtida, ele investe em maquinário e em melhorias na residência de alvenaria, com sala, cozinha, banheiro e quatro quartos.

Investimento

A cooperativa completa, neste mês de dezembro, quinze anos de atividade e recebe do Incra apoio para assistência técnica, por meio de convênio com o governo do Paraná (Emater e Fundação Terra).

Com recursos do programa Terra Sol, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio do Incra, o governo federal estimula a criação de novas fontes de renda em assentamentos da reforma agrária. No Paraná, o investimento é de R$ 3,3 milhões para capacitação das agroindústrias implantadas (como é o caso da Coana) e em implantação.

Para o superintendente do Incra no Paraná, Nilton Bezerra Guedes, iniciativas como a da cooperativa mostram como a reforma agrária pode ser viável e trazer resultados. “A experiência nos assentamentos no Noroeste não é apenas um modelo para o estado, mas também para o país. Esperamos que, com esse investimento do Incra haja a agregação de valor à produção dos assentamentos para que as famílias assentadas possam ter uma renda maior e, consequentemente, melhor qualidade de vida no campo”, diz o superintendente.

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