Atraso na semeadura: momento de diluir riscos

 Atraso na semeadura:  momento de diluir riscos

Cultivo tardio exige revisão do mix de cultivares

RiceTec destaca cultivares de ciclo curto para reduzir
perda em semeadura tardia
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 A grande incidência de chuvas tem prejudicado a semeadura do arroz no Rio Grande do Sul e o plantio da safra 2017/18 já é o mais atrasado dos últimos oito anos, conforme dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Diante do cenário, a tendência é de que as operações de plantio nas lavouras gaúchas embalem, de fato, apenas a partir do final de outubro. Isso pode prejudicar o desenvolvimento das sementes, pois a janela ideal para a maioria das regiões é até final de outubro ou metade de novembro.

Além de atrapalhar o ciclo da cultura, os efeitos desse atraso devem refletir no resultado de muitas lavouras, principalmente para os arrozeiros que utilizam sementes de ciclo longo, como destaca o engenheiro agrônomo da RiceTec, Cyrano Busato. “O ciclo longo leva mais tempo para florescer, por isso se planta mais cedo. No momento em que a semeadura acontece mais tarde, a planta vai florescer numa janela onde existe maior probabilidade de entrar uma frente fria, menor radiação solar, e isso vai acarretar perda de produtividade”, explica.

Por outro lado, produtores que utilizam sementes com ciclo menor ainda podem estender um pouco mais a janela de semeadura. “O material de ciclo curto pode ser plantado mais tarde e mesmo assim ele cumpre o ciclo vegetativo mais rápido e ainda consegue encaixar a floração até a primeira quinzena de fevereiro. A partir da segunda semana de fevereiro começa a aumentar a probabilidade de temperaturas baixas para as plantas, como acompanhamos historicamente”, afirma Busato.

Através da sua estação experimental em Santa Maria, a RiceTec, empresa referência na pesquisa, desenvolvimento, produção e comercialização de sementes de arroz, tem investido fortemente para apresentar alternativas ao produtor. Dentro do seu portfólio, a empresa conta com o Titan CL, de ciclo precoce, que além de oferecer grande desempenho produtivo, conta com alta qualidade industrial de grão e maior resistência à brusone, principal doença que ataca a cultura. “Sementes de arroz com ciclo precoce, adaptado a zonas temperadas e subtropicais, são uma excelente alternativa para safras como esta onde a semeadura acontece fora da janela ideal. É característica deste material bom nível de resistência à brusone e manchas foliares”, afirma Busato.

O agrônomo ainda destaca que as cultivares precoces apresentam ciclo em torno de 10 dias inferior ao das cultivares de ciclo médio. “Este tipo de cultivar permite ao agricultor estabelecer, no planejamento da lavoura, o escalonamento de colheita, mitigando riscos de perdas de produtividade em anos de difícil implantação da lavoura dentro da época ideal de semeadura”, destaca.


QUESTÃO BÁSICA

Outro ponto destacado pelo engenheiro agrônomo Cyrano Busato é relacionado à estratégia de distribuição das variedades nas áreas da lavoura. De acordo com o especialista, como a primavera na nossa latitude é tradicionalmente mais chuvosa, uma boa alternativa de longo prazo é o produtor ter parte da sua superfície planejada para plantar no final de outubro. “Assim, se o rizicultor deixar uma área para o final, à medida que a semeadura complicar ou atrasar, pode aumentar essa fração com variedades de ciclo curto para encerrar o plantio sem risco de ter grande parte da lavoura afetada pelo frio, que tem maior probabilidade de ocorrer a partir da segunda quinzena de fevereiro”, explica.

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