Aumento do arroz e do feijão encarece feijoada

Entretanto, o economista da FGV ressalta sete ingredientes da feijoada que registraram taxas acumuladas abaixo da inflação nos últimos doze meses.

A forte alta dos preços do arroz e feijão, dueto clássico na refeição do brasileiro, está deixando a feijoada, prato típico nacional, cada vez mais “salgada”, de acordo com levantamento feito pelo economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz.

A variação média dos componentes da feijoada nos últimos 12 meses (até junho de 2008) ficou em 24,46% contra o IPC-BR, média do índice de preços ao consumidor nacional, acumulado em 5,96%. Só o feijão subiu 147,46% no período.

Esta é também a maior elevação do milênio na cesta da feijoada desde 2003, em que houve forte pressão inflacionária generalizada, devido à desvalorização cambial. Há cinco anos, os 13 itens estudados subiram em média 35,96% contra uma inflação de 16,12%.

– A diferença agora é que o enfoque do avanço dos preços está sobre os alimentos, em especial os mais básicos, o arroz e o feijão, o que afeta mais as classes populares – avalia André Braz.

De 2001 até agora, a alta dos dois principais ingredientes da feijoada, o feijão preto e o arroz, foi de 248,42% e 146,76%, respectivamente, superando o IPC-BR acumulado no período (69,41%). Além do feijão e do arroz, ficaram acima da inflação neste milênio a laranja pêra (145,49%), farinha de mandioca (120,69%), carne seca (106,86%) e costelinha de suíno (101,89%).

Entretanto, o economista da FGV ressalta sete ingredientes da feijoada que registraram taxas acumuladas abaixo da inflação nos últimos doze meses. Este foi o caso da carne defumada (2,04%), da lingüiça (10,27%), do lombinho de suíno 11,42% e da aguardente (7,59%). Segundo o levantamento, houve até itens cujos preços caíram como o limão (usado na caipirinha), que teve variação negativa de 37,61%, a cerveja (-0,27%) e a couve (-1,40%).

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