Aumento dos preços do arroz eleva a inflação global
(China Diário) Logo após a Índia, o maior exportador de arroz do mundo, ter imposto um imposto de 20% sobre as exportações de arroz, o Vietnã e a Tailândia, segundo e terceiro maiores exportadores estão seguindo o exemplo e se preparando para aumentar os preços de suas remessas. Isso pode alimentar ainda mais a inflação global. A Índia exporta arroz para cerca de 150 países e regiões, e suas exportações de arroz representam 41% do comércio global de arroz, que alcançou 21,5 milhões de toneladas em base beneficiado no último ano. O Vietnã e a Tailândia respondem por cerca de 24% juntos.
Os preços do arroz são geralmente mais estáveis do que os do trigo, milho e soja. Mas as cotações este ano tem sido menos estável devido a uma série de fatores. O conflito Rússia-Ucrânia elevou as referências globais de fertilizantes químicos para níveis recordes, o que aumentou dramaticamente o custo do cultivo de arroz. Condições climáticas extremas são outra causa importante. Por exemplo, partes das regiões de cultivo orizícola da Índia foram atingidas por um verão quente e seco, com chuvas de monção cerca de 40% abaixo da média, resultando em uma redução de 8% na área plantada do país.
E para garantir o fornecimento de ração para o setor pecuário de maior valor econômico em um momento de instabilidade nos mercados agrícolas globais, o cereal também é usado como substituto da ração.
Embora o estoque global permaneça em um nível histórico alto de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, os aumentos de preços dos três maiores exportadores rizícolas ainda terão um efeito inflacionário, principalmente sobre os principais importadores da Ásia, como as Filipinas e a Indonésia, onde o grão e os produtos derivados representam 25% e 15% do consumo de grãos, respectivamente.
Embora a pressão inflacionária possa ser regional por enquanto, ninguém pode ter certeza se essa onda de aumentos de preços do arroz desencadeará ou não uma crise global de alimentos, pois as incertezas e os riscos que levam a isso ainda estão se acumulando.
O conflito entre Rússia e Ucrânia necessariamente reduzirá a produção de trigo no próximo ano. Se essa cadeia global de fornecimento for seriamente interrompida, as pessoas confiarão mais no arroz, e o aumento da demanda pode aumentar ainda mais os preços deste e de outros grãos e sujeitar a África a uma crise alimentar aguda.
Condições climáticas extremas continuarão a afetar seriamente a produção mundial de grãos. Por exemplo, a produção de milho nos Estados Unidos, cujas exportações respondem por 40% do comércio global deste grão, caiu para o menor nível em três anos devido a sérias secas este ano.
Além disso, os principais exportadores de grãos podem tomar a iniciativa de aumentar os preços dos alimentos para tentar aproveitar esta oportunidade para ganhar mais voz na cadeia global de fornecimento de alimentos.