Avaliação da Cultura do Arroz – 6º Levantamento de Safra

A semeadura da safra 2009/10, no Rio Grande do Sul, foi concluída fora do período
recomendado, devido as condições climáticas desfavoráveis com chuvas em excesso, enchentes e enxurradas.

Situação geral

A lavoura de arroz vem crescendo em produtividade embora a expansão da área encontre dificuldades pela falta de terras apropriadas à cultura, situadas próximas de mananciais suscetíveis a tomadas de água ou derivações para utilização na irrigação, uma vez que a maior parcela da produção vem do arroz irrigado.

A semeadura da safra 2009/10, no Rio Grande do Sul, foi concluída fora do período
recomendado, devido as condições climáticas desfavoráveis com chuvas em excesso,
enchentes e enxurradas. O período ideal para o estabelecimento da cultura esgotou antes
que os produtores conseguissem concluir a semeadura normal e o replantio das áreas
perdidas por causa das adversidades climáticas.

Nas regiões produtoras de arroz de sequeiro, a semeadura transcorreu dentro do período recomendado e as reduções de área se deram por opção dos produtores e não por problemas de clima. De uma maneira geral, o pacote tecnológico utilizado é considerado muito bom, ajudado pela queda dos preços dos insumos, principalmente dos fertilizantes. Nas áreas de arroz irrigado, o constante uso das terras (sem rotação de cultura), aumentou a infestação com arroz vermelho e as variedades CL (Clearfield) não estão conseguindo cumprir sua função devido à segregação e conseqüente resistência ao herbicida utilizado no combate desta invasora.

Área cultivada

A área cultiva com Arroz na safra 2009/10 está em torno de 2.795,1 mil hectares, 3,9% inferior a área cultivada na safra 2008/09 que foi de 2.909 mil hectares.

Incrementos/reduções

A redução de área ocorreu tanto no arroz de sequeiro como no arroz irrigado. No arroz de sequeiro a redução foi em decorrência da competição com a soja e da falta de abertura de novas áreas, quando a primeira cultura utilizada era o arroz. As maiores reduções estão ocorrendo em Mato Grosso do Sul (24,5%), Minas Gerais (6,4%) e Mato Grosso (12,0%).

No arroz irrigado, as reduções decorreram do excesso de chuvas, alagamentos e enxurradas que ocorreram durante o período de implantação da cultura, principalmente na Depressão Central e fronteira oeste do Rio Grande do Sul. A redução de área no Estado foi de (2,4%) e a produtividade deve cair ao redor de (11,2%), levando a produção a uma redução de (13,3%). Parte da área atingida foi replantada e atingida novamente, causando mais prejuízos para o produtor e mais de 50.000 ha foram totalmente perdidas.

Sistema de cultivo

O cultivo do arroz irrigado, na sua grande maioria, é feito pelo sistema de Plantio Direto, Cultivo Mínimo e Plantio Pré-Germinado. O Plantio Convencional está sendo pouco usado e justifica-se apenas quando as condições climáticas não permitem o preparo antecipado do solo, como aconteceu no Rio Grande do Sul, que nesta safra, terá 30% de Plantio Convencional. Em Santa Catarina, predomina o sistema de cultivo em patamares, o que favorece o uso das sementes Pré-Germinadas.

Já o arroz de sequeiro utiliza o Sistema de Plantio Direto para áreas cultivadas a mais tempo e o Plantio Convencional para áreas abertas recentemente. Nas Regiões Norte e Nordeste o predomínio é do plantio convencional tradicional.

Clima

As grandes precipitações ocorridas na Região Sul, da mesma forma que recuperou os mananciais que fornecem água para irrigação, prejudicou as lavouras pelos constantes alagamentos principalmente nas áreas mais baixas e situadas próximo às margens dos rios, causando prejuízos consideráveis. Os danos maiores aconteceram no Rio Grande do Sul – Planalto Central e Fronteira Oeste. Nas demais regiões o clima está sendo favorável para o desenvolvimento da cultura. Atualmente o clima vem favorecendo tanto a colheita como o desenvolvimento vegetativo das lavouras semeadas mais tarde pela manutenção das altas temperaturas e boa luminosidade.

Produtividade

A produtividade média nacional esperada para esta safra deve ficar em torno de 4.117 kg/ha, menor 5,0% que a alcançada na safra 2008/09, que foi de 4.332 kg/ha. A diminuição deve-se principalmente aos problemas climáticos ocorridos no Rio Grande do Sul embora nos 2,8% já colhidos no Estado apresente uma produtividade acima dos 7.000 kg/ha. Em Santa Catarina, a produtividade esperada também está acima dos 7000 kg/ha e neste Estado o clima está transcorrendo normal. No Mato Grosso a colheita está encerrada com produtividade de 3.008 kg/ha.

Produção

A produção nacional de arroz, na safra 2009/10, está estimada em 11.507,9 mil toneladas reduzindo 8,7% em relação a safra 2008/09 que foi de 12.602,5 mil toneladas.

Estágio da cultura

Na área cultivada com arroz irrigado encontramos desde a fase de desenvolvimento vegetativo (30%) até áreas já colhidas (5,5%), o que indica que teremos um período de colheita bastante extenso, prolongado pela ocorrência de adversidades climáticas. A área em fase de granação e maturação atinge mais de 60% e encontra-se em excelente estado produtivo. No arroz de sequeiro não é muito diferente em termos percentuais, apenas o Estado de Mato Grosso concluiu a colheita.

Qualidade do produto a ser colhido

A qualidade do arroz produzido no Brasil geralmente é excelente, devido ao uso de variedades pesquisadas, não só visando produtividade mas, também o desempenho na cocção. No arroz irrigado, as variedades mais semeadas nesta safra são: Puitá Inta CL, Irga 424, Irga 422, Irga 417, Irga 409, Olimar e Querência. As variedades que produzem grãos do tipo patma longo fino, são os preferidos dos consumidores o que fez com que os produtores de arroz de sequeiro, adotassem variedades produtoras de arroz deste tipo.

Mercado

Os preços praticados no mercado, depois de acentuada elevação, estão se mantendo estáveis nas últimas semanas. As variações são regionais por influência da logística. No Rio Grande do Sul o preço varia entre R$ 30,00 e R$ 32,00 a saca de 50 kg e no Mato Grosso o preço praticado pela saca de 60 kg de arroz de sequeiro longo fino oscila entre R$ 31,00 e R$ 32,20.

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