Balcão de Negócios discute mercado e preços do arroz

Mecanismos de comercialização também entraram na pauta, com novidades no EGF e nos contratos de opção.

Realizado pela terceira vez em uma Abertura da Colheita, o Balcão de Negócios, coordenado pelo Irga e Federarroz, reuniu, nesta quinta-feira, 5 de março, no Auditório B da Estação Experimental do Irga, em Cachoeirinha (RS), dirigentes das principais instituições que disponibilizam modalidades de crédito rural. O objetivo da reunião foi orientar os produtores sobre mecanismos de sustentação de preços, além de recursos para comercialização da safra.

No encontro de hoje, o presidente do Irga, Maurício Fischer, e o presidente da Federarroz, Renato Rocha, estiveram reunidos com o gerente de Mercado do Banco do Brasil, José KochhanN Sobrinho, o diretor da Novel Commodities Júlio Tonidandel, o diretor Comercial da Cesa, Luiz Carlos Hackbart e o gerente de Alimentos Básicos da Conab, Paulo Morceli.

De acordo com o mediador do Balcão de Negócios e vice-presidente de Mercado da Federarroz, Marco Aurélio Tavares, a reunião, além de possibilitar às instituições financeiras a divulgação de seus portfólios de produtos – como o EGF do Banco do Brasil -, reforçou a importância dos investimentos que estão sendo realizados em logística nas exportações de arroz do RS.

José Kochhann destacou as ações do Banco do Brasil referentes ao custeio e comercialização da safra, informando que os recursos disponibilizados ao setor já ultrapassam a casa de R$ 1 bilhão (montante que inclui os R$ 500 milhões liberados através de EGF). “As liberações seguem a mesma dinâmica do ano passado, mas falta um pouco de musculatura para atender tudo ao mesmo tempo”, observou o gerente.

No âmbito do mercado internacional, Tonidandel, da Novel Commodities, estimou que o Brasil vá exportar 250 mil toneladas de arroz em 2009, sendo 150 mil toneladas de beneficiado e 100 mil toneladas em casca. Para 2010, a previsão é de que este volume chegue a 350 mil toneladas. Reforçou a necessidade de investimentos em infraestrutura para exportação e, sobretudo, inserir definitivamente o arroz em casca na pauta das vendas externas.

O diretor da Cesa, Luiz Carlos Hackbart, destacou os investimentos realizados no Porto de Rio Grande (R$ 700 mil já investidos, e mais R$ 600 mil em equipamentos), lembrando que os terminais da Cesa atendem o mercado externo e o interno. O diretor Comercial do Irga, Rubens Silveira, complementou a apresentação enfatizando a importância de consolidar os mercados já conquistados pelo arroz brasileiro. Para Silveira, as exportações representam também poderosa ferramenta para a negociação de preços no mercado interno.

Encerrando a primeira rodada de discussões (o próximo Balcão de Negócios acontecerá no sábado, dia 7 de março), o gerente de Alimentos Básicos da Conab, Paulo Morceli, destacou a importância de uma política agrícola para o arroz como forma de minimizar o sobe e desce nos preços do grão. Morceli também explicou o funcionamento dos mecanismos como AGF, PEP, PEPRO e PROP, mas defendeu a mínima interferência do governo no mercado. “Em primeiro lugar, torcemos para não fazer nada. O governo quer ficar quietinho, mas dispõe de mecanismos para interferir sempre que os preços forem inferiores ao mínimo fixado, mediante alocação de recursos do Tesouro Nacional”, disse.

Na reunião de sábado do Balcão de Negócios, as instituições financeiras, além do Mapa e da Conab, vão discutir o Plano de Comercialização para a safra de arroz 2008/09.

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