Balcão de Negócios disponibiliza R$ 400 milhões em EGFs para arrozeiros
Segundo o presidente da Federarroz, Renato Rocha, que participou do anúncio, trata-se de importante mecanismo ao setor produtivo neste momento em que os R$ 500 milhões previstos em orçamento da União estão retidos aguardando aprovação pelo Congresso Nacional.
Os mais de seis mil produtores esperados na 18ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que acontece da próxima quinta-feira (28/2) ao domingo (02/3) na Estação Experimental do Arroz, em Cachoeirinha (RS), poderão contratar Empréstimos do Governo Federal (EGFs) que somarão até R$ 400 milhões, no Balcão de Negócios. O anúncio foi feito pelo Banco do Brasil nesta terça-feira(26/2) pelo superintendente regional, Ary Lanzarim, em reunião com dirigentes do setor.
Segundo o presidente da Federarroz, Renato Rocha, que participou do anúncio, trata-se de importante mecanismo ao setor produtivo neste momento em que os R$ 500 milhões previstos em orçamento da União estão retidos aguardando aprovação pelo Congresso Nacional. O vice-presidente de Política Agrícola, Mercado e Armazenagem da Federarroz, Marco Aurélio Marques Tavares, destacou que a programação do Balcão de Negócios da 18ª AOCA estará focada no carregamento de estoques e criação de um esforço de exportações.
No âmbito dos mecanismos que evitem a oferta concentrada do produto colhido na safra, Tavares explica que diante da não-liberação de recursos orçamentários para eqüalizar o mercado com Aquisições do Governo Federal (AGFs), contratos de opções públicas e outros mecanismos, os EGFs chegarão em boa hora.
– Devemos lembrar que os estoques de passagem serão os mais baixos em 10 anos, o que nos leva a crer numa oferta mais ajustada e preços mais justos ao produtor no segundo semestre. Este cenário faz com que o EGF torne-se um mecanismo muito atraente frisa o dirigente arrozeiro.
Cada arrozeiro poderá contratar até R$ 300 mil em EGFs, de acordo com sua capacidade de endividamento e os critérios cadastrais e de garantias exigidos por cada instituição financeira, como preço mínimo de garantia assegurado como piso: R$ 22,00 a saca de arroz em casca de 58×10 de rendimento e 50 quilos. Os primeiros contratos, segundo informações da Superintendência do Banco do Brasil, já serão assinados no domingo, dia 02 de março, diante do ministro da Agricultura Reinhold Stephanes e da governadora Yeda Crusius. Além do Banco do Brasil, participarão do Balcão de Negócios o Sicredi, o Banrisul, o HSBC, o Santander, Itaú e Bradesco.
– Estas instituições financeiras trarão os seus portfólios de produtos e negociação os EGFs diretamente com seus clientes frisou Marco Aurélio Marques Tavares.
Segundo o dirigente da Federarroz, o carregamento dos estoques privados para o segundo semestre, quando há expectativa de uma remuneração mais adequada ao arroz, é muito importante. O Banco do Brasil não só aumentou em 33% a gama de recursos, como gerou condições do produtor contratar EGFs em prazo de até 180 dias, que pode ser escalonado dentro do limite de crédito de cada produtor e de acordo com o fluxo de caixa. Por exemplo. Aquele arrozeiro que não precisar de recursos imediatamente, poderá contratar o mecanismo em maio para vencimento em novembro. Ou ainda, o produtor pode fazer três contratos de R$ 100 mil por mês, entre março e maio, com vencimento escalonado para setembro, outubro e novembro.
– No ano passado todo mundo fez em março/abril e isso refletiu numa queda de preços em setembro e outubro. Recomendamos que este ano, os produtores procurem escalonar mais, realizar uma adequada engenharia financeira ao seu fluxo de caixa, deixar parte dos contratos para maio/junho e ampliar este espectro, como forma de não concentrar a oferta em determinado período do ano. Dentro de seu limite de crédito, o produtor poderá fazer quantos contratos forem possíveis frisa Tavares.
500 MILHÕES Com a liberação dos R$ 500 milhões em recursos orçamentários, a cadeia produtiva espera que a Conab priorize a liberação de recursos para Aquisições do Governo Federal (AGFs), para sustentar preços de piso ao patamar do mínimo estabelecido pelo governo federal em R$ 22,00, além de outros R$ 200 milhões no setor privado, no portfólio das instituições financeiras. Os contratos de opções públicas ficam como alternativa, para determinadas circunstâncias de mercado.
Dos R$ 500 milhões, os produtores querem que parte seja destinada a mecanismos de suporte à exportação do arroz gaúcho, como Pepro ou PEP, ou ainda outras alternativas. Diante de um cenário internacional de aumento da demanda, baixa da oferta de arroz, reajuste de 30% nos preços e uma safra norte-americana reduzida, vender para outros países torna-se muito atraente, apesar da baixa do dólar.
EXPORTAÇÃO Durante o Balcão de Negócios da 18ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, a cadeia produtiva do arroz pretende formatar um modelo exportador alternativo ao PEP e ao Pepro, por que estes são muito burocráticos, exigentes e ainda precisam de ajustes.
– Recebemos, por exemplo, a informação do presidente da Farsul, Carlos Sperotto, de que os árabes querem comprar até 500 mil toneladas de arroz do Brasil, mas precisamos definir como seria possível movimentar estes volumes. Definitivamente, seria necessário alterar os modelos de exportação existente, criar mecanismos que gerem organização de grandes volumes, negociação e embarques de forma mais ágil, desburocratizada, com menor custo e maior eficiência atesta Marques Tavares. O evento é promovido por Irga e Federarroz.
FIQUE POR DENTRO:
O EGF utiliza recursos eqüalizados pelo Tesouro Nacional, com
juros de 6,75% ao ano.
O prazo da operação é de até 180 dias, com vencimento até 31 de dezembro de 2008.
O mecanismo é destinado a produtores, cooperativas e agroindústrias.
Para os produtores rurais o limite do empréstimo é R$ 300 mil reais e para as agroindústrias o valor é proporcional à capacidade de beneficiamento do produto.
Maiores Informações:
Federarroz:
Cachoeirinha: (51) 3470 0607 (51) 3470 0609
Dom Pedrito: (53) 3243 6002
E-mail: federarroz@terra.com.br
Site: www.colheitadoarroz.com.br