Bancos liberam 30% mais para a safra de verão no RS

Levantamento feito por Zero Hora com os principais agentes financiadores da lavoura apontou crescimento na tomada de crédito para a safra de verão 2007/2008.

Apesar da negociação do estoque da dívida estar ainda longe do fim, os produtores rurais gaúchos mostraram que estão motivados pelas boas perspectivas para os produtos agrícolas nos mercados interno e externo.

Agricultores familiares e comerciais do Rio Grande do Sul já tomaram R$ 2,27 bilhões para custeio da atividade no Estado, crescimento de 36% em relação à safra anterior.
Além dos atuais preços para soja, milho e arroz, o aumento dos limites por cliente em relação a 2006 e os juros reduzidos dos atuais planos de safra colaboraram fortemente para que a liberação de recursos ficasse acima da expectativa, diz o diretor de crédito do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), Urbano Schmitt. No caso do Banrisul, o valor máximo de crédito dobrou, passando para R$ 100 mil por produtor. Schmitt projeta financiamento de R$ 180 milhões até o fim da safra, incremento de 53% no período. De julho a outubro de 2007, o aumento é de 105%. na comparação com mesmo período do ano passado.

– A expectativa foi superada pelo momento favorável, com preços em alta e juros mais baixos – disse.

A renegociação de parte do endividamento do agronegócio neste ano também impulsionou a tomada de crédito, avalia o superintendente de Varejo do Banco do Brasil (BB) no Estado, Ary Joel Lanzarin. O BB apresenta aumento tanto no valor contratado (37%) quanto no volume de contratos (10%) entre julho e novembro de 2007 em comparação ao mesmo período do ano passado.

Com financiamentos médios de R$ 5 mil entre agricultores familiares e de R$ 35 mil entre os empresariais, o gerente de Desenvolvimento de Linhas de Crédito do Sicredi, Edson Pedro Schneider, explica que, no caso do banco, parte do crescimento da liberação nesta safra pode ser atribuída ainda à elevação do número de associados e da representatividade da rede no Estado.

A estimativa do Sicredi é fechar 2007 com 58 mil operações, avanço de 27% a 28% em relação à safra de verão passada.
Apesar dos números positivos, o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Carlos Sperotto, alerta que pode haver dificuldades futuras de pagamento dos financiamentos caso o governo não resolva definitivamente o endividamento. O estudo sobre uma proposta adequada às possibilidades do produtor está sendo trabalhado por técnicos do governo federal, Organização das Cooperativas do Brasil e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Na semana passada, o governo informaria a evolução do estudo, mas o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, pediu mais tempo.

– Se o produtor tiver de pagar o passado com valores de parcelas inadequados pode haver problemas na quitação de novos créditos – afirmou Sperotto.

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