BASF firma parceria com AP Desenvolvimento de Arroz por variedades híbridas

 BASF firma parceria com AP Desenvolvimento de Arroz por variedades híbridas

Santana, Stumpf e Diacov: união de tecnologias pelo avanço da rizicultura

Empresas vão buscar 25% do mercado de sementes do país e põe foco no arroz híbrido.

A BASF, gigante de proteção às lavouras e a AP Desenvolvimento de Arroz, do Grupo Ernesto Corrêa da Silva, fecharam um acordo comercial por 10 anos que visa produzir sementes de arroz (convencionais e híbridas) para alcançar até 25% deste mercado no país. O anúncio foi feito no dia 12 de novembro, na sede da BASF, para um grupo de jornalistas especialmente convidados pela empresa, entre eles da Planeta Arroz.

A expectativa de Rogério Diacov, gerente de projetos da BASF, e de Haroldo Pimentel Stumpf, vice-presidente executivo do Grupo Ernesto Corrêa da Silva e líder do programa de híbrido da AP Desenvolvimento de Arroz, é de que na safra 2020/21 a primeira variedade da parceria seja lançada. A meta para 10 anos é ter no mercado brasileiro de sete a oito variedades convencionais e híbridas, em busca de um share de 25%. Hoje, o mercado de sementes de arroz híbridas representa 4%, mas já chegou perto de 10% no passado.

Mairson Santana, gerente de marketing em sementes da BASF no Brasil, explica que o acordo comercial de transferência de tecnologias em sementes ocorreu graças ao fato da AP manter um banco ativo de germoplasma (BAG) em Penedo, Alagoas, com materiais muito promissores. “O material genético veio da China e outras origens, mas é trabalhado para as condições brasileiras há 18 anos. Não poderíamos deixar de incentivar o seu desenvolvimento, levando em conta que a adaptação é fundamental para os resultados e que hoje grandes países produtores, como China e Estados Unidos têm colhido grandes resultados com essa tecnologia”, explica.

Os chineses plantam mais de 70% da sua área com essa tecnologia, e os Estados Unidos 50%, ambos com ganhos em produtividade. No Brasil, o híbrido não avançou tanto pela excelência de variedades convencionais como a Irga 424 RI, que têm rendimento equivalente. “O melhoramento genético brasileiro em arroz está entre os melhores do mundo e estabelece um nível de exigência altíssimo para híbridos. É um obstáculo e um desafio, mas que a alta variabilidade e possibilidade genética que a espécie oferece nos permite acreditar que é possível”, acrescenta Santana.

A tecnologia deve gerar sementes com resistência a herbicidas do grupo das imidazolinonas, que integram o Sistema Clearfield (CL), e futuramente farão parte do Sistema Provisia, lançado apenas nos Estados Unidos e aguardado com muita expectativa pela orizicultura brasileira. No Brasil, 85% das cultivares comercializadas são CL. Atualmente seis materiais promissores com potencial de alcançar a escala comercial estão sendo testadas em ensaios de valor de cultivo e uso (VCUs) em três regiões do Rio Grande do Sul. Paralelamente, outros materiais são testados em Penedo (AL), onde a AP realiza até três cultivos por ano para acelerar a pesquisa.

QUESTÃO BÁSICA
A BASF entrará na parceria com sua expertise, genes de resistência e toda a área de proteção de cultivos, na qual é líder no país. Enquanto isso, a AP (ex-Fazenda Ana Paula), que pertence ao grupo Ernesto Corrêa da Silva, com o Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de milhares de acessos de arroz estabelecido em uma estação de pesquisas em Penedo, Alagoas, e os especialistas em melhoramento genético, entre eles o chinês Liangfang Wang, que já trabalha há 14 anos no Brasil neste programa.

FIQUE DE OLHO
O desafio é encontrar o equilíbrio entre as características agronômicas, industriais e de consumo, ou seja, a planta deve ter porte baixa, panícula protegida pela folha-bandeira, resistência a doenças e acamamento e debulhe, produzir grãos longo-finos, de aparência vítrea, com rendimento industrial entre 68 e 69%, grãos com alto percentual de inteiros, e que na panela fiquem soltinhos e tenham aroma agradável. Uma engenharia genética que exige um ponto de acerto acima da média. “Tanto que em 18 anos de testes, mais os 10 que projetamos, esperamos tirar de sete a oito cultivares”, explica Mairson Santana, gerente de marketing de sementes da BASF.

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