Bayer CropScience lança variedade híbrida no Brasil

No Rio Grande do Sul, o potencial produtivo da semente chegou a 13,5 toneladas por hectare em áreas de pesquisa e a 12,5 toneladas em lavouras com manejo dos produtores.

A Bayer CropScience lançou hoje no Brasil sua marca mundial de arroz híbrido Arize, com a qual pretende conquistar cerca de 14% de participação nas áreas de produção irrigada dentro de cinco anos. O desenvolvimento da semente adaptada ao País é resultado de um investimento de 15 milhões de euros em pesquisas desde 1993.

Os testes foram realizados no Rio Grande do Sul desde 2002, onde ela estará disponível para o plantio da safra 2005/06. A companhia planeja fazer ensaios de rendimento da semente em Santa Catarina na próxima safra, informou o gerente de negócios de arroz, Douglas Cabral.

No Rio Grande do Sul, o potencial produtivo da semente chegou a 13,5 toneladas por hectare em áreas de pesquisa e a 12,5 toneladas em lavouras com manejo dos produtores. A expectativa da empresa é que a variedade híbrida produza, no mínimo, uma tonelada a mais que as existentes no mercado. No Estado, a produtividade média não sobe de forma relevante há 15 anos, lembrou Cabral. A semente, contudo, é voltada para produtores que usam tecnologia, com bom preparo do solo, ressaltou Cabral. O Brasil é o nono produtor mundial de arroz e o líder fora da Ásia.

A Bayer CropScience – uma das três divisões da holding, junto com a Bayer HealthCare e a Bayer AG – não divulgou o preço que a semente chegará ao mercado, mas disse que o valor será competitivo. A semente representa, em média, 5% do custo de produção, lembrou o gerente de tecnologia da divisão BioScience, André Abreu.

A variedade da Bayer CropScience será comercializada já tratada com fungicida. Como exige menor densidade de semeadura – 40 kg/ha, ante 150 a 200 kg/ha utilizados normalmente -, é preciso reduzir ao máximo o risco de ela não germinar, explicou Cabral. Para conseguir este desempenho, a plantadeira precisa ser regulada, citou ele.

ESTRATÉGIA

Ao comentar a estratégia mundial da Bayer CropScience de concentrar-se nas culturas de arroz, algodão e canola, o presidente da divisão, Lykele van der Broek, disse que a empresa optou por áreas em que acredita “ter tudo em casa” para oferecer aos produtores. Ao analisar o desenvolvimento de transgênicos no mundo, o executivo observou que considera a tecnologia uma ferramenta para agregar valor aos produtos.

“A semente é uma plataforma de tecnologia, tem que se escolher um campo, porque é difícil trabalhar em todos”, comentou Abreu. Por causa da decisão estratégica, a companhia vendeu as operações de milho e soja no Brasil para a holandesa Nidera.

O primeiro híbrido comercial foi lançado na China em 1977 e atualmente estas variedades ocupam cerca de 55% da área cultivada naquele país. O mercado de híbridos ainda é pequeno, mas está crescendo rapidamente, avaliou Van der Brock.

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