Bayer pode lançar arroz transgênico em 2008 no Rio Grande do Sul

O arroz transgênico Liberty Link pode ser produzido comercialmente no Brasil na safra 2008/09.

Durante o almoço de lançamento do arroz híbrido Arize 1003, da Bayer CropScience, o gerente mundial da empresa para a área de arroz, Frédéric Arboucalot, informou aos editores da Revista Planeta Arroz que a empresa tem condições de disponibilizar para o mercado brasileiro, em 2008, a primeira variedade de arroz transgênico, o Liberty Link, com características de tolerância a herbicidas que usam como ingrediente ativo o glufosinato de amônia.

O produto ainda está em fase de testes no mundo inteiro, mas deverá entrar no mercado nas próximas duas safras nos Estados Unidos e na Ásia.

Arboucalot afirmou, no entanto, que apesar da nova legislação brasileira de biossegurança abrir esta possibilidade, a decisão depende ainda de alguns fatores importantes. “O arroz é um produto muito sensível e os transgênicos ainda um tema polêmico para os consumidores. Talvez esta seja uma discussão que levará mais tempo ainda para amadurecer”, explicou.

Para o dirigente mundial da área de arroz da Bayer, é preciso que haja um convencimento das vantagens de uso desta tecnologia na cadeia produtiva do arroz do Brasil. Além disso, é preciso que o consumidor final aceite consumir o produto.

Ele reconhece que a comercialização do produto precisaria de rotulagem especial. “Neste momento seria muito importante que a indústria de arroz do Brasil se posicionasse sobre a viabilidade do projeto”, frisa. Para Arboucalot, testar as cultivares modificadas seria muito fácil. O mais difícil seria obter a aprovação da opinião pública.

– Alguns alimentos mais direcionados à ração animal têm mais fácil aceitação. No caso do arroz, que é um alimento básico dos brasileiros, talvez se torne mais difícil e demande um período de adaptação, apesar de suas vantagens agronômicas e econômicas para o produtor e também para o meio ambiente, destacou.

O Liberty Link, em tese, faz com que o produtor reduza o uso de defensivos.

HÍBRIDO

Uma das possibilidades, segundo Arboucalot, seria o lançamento de uma cultivar transgênica LL, híbrida. A alternativa, embora a Bayer CropScience não tenha confimado, teria o objetivo de evitar os prejuízos da pirataria de sementes que atingiu o sistema Clearfield, da concorrente Basf.

O Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) já desenvolveu uma cultivar LL. O gene de resistência ao glufosinato de amônia, foi introduzido à variedade Irga 410, mas os testes foram queimados por determinação da CTNBio, em 1999. A empresa AgrEvo, comprada pela Bayer há três anos, abandonou as pesquisas no Rio Grande do Sul também em 1999.

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