Bioinsumos podem alcançar R$ 9 bi em vendas até 2030
(Por Cultivar) O setor de bioinsumos no Brasil segue em expansão e pode atingir um faturamento superior a R$ 9 bilhões até o final da década. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (25/2) pela Associação Nacional de Promoção e Inovação da Indústria de Biológicos (ANPII Bio) durante o 2º Workshop ANPII Bio de Inteligência de Mercado.
O levantamento indica que o setor movimentou R$ 5,7 bilhões na última safra, cobrindo uma área de 156 milhões de hectares.
A projeção é de um crescimento de 60% até 2030, impulsionado pela adoção crescente de tecnologias como inoculantes solubilizadores de nutrientes e bioinseticidas. A estimativa é que as indústrias do setor avancem 12,4% ao ano na venda de inoculantes e 20,4% no mercado de biodefensivos.
Expansão do setor
Os dados coletados junto a 23 empresas associadas da ANPII Bio revelam um crescimento de 4,9% e 12,6% no valor das vendas e um aumento de 12,4% e 29,1% no volume comercializado de inoculantes e biodefensivos, respectivamente.
Embora o crescimento esteja abaixo do registrado em anos anteriores, o setor segue confiante.
O início de 2025 ainda apresenta desafios como retração nas compras, menor rentabilidade dos produtores de grãos e restrições de crédito.
“O setor segue otimista, apesar do cenário de incertezas. A adoção dos bioinsumos continua crescendo, consolidando sua relevância”, afirma Anderson Nora Ribeiro, sócio-fundador da 5P2R Marketing de Precisão.
Liderança global
Com uma participação de 11,3% no mercado mundial de bioinsumos, o Brasil se destaca como um dos principais consumidores desses produtos. Em segmentos como bioinoculantes e biodefensivos, essa taxa sobe para 12,6%, com previsão de atingir 16,4% até 2030. Isso significa que um sexto do consumo global virá da agricultura brasileira até o final da década.
A recente aprovação da Lei de Bioinsumos, sancionada em 2024, deve impulsionar ainda mais esse crescimento ao estabelecer um marco regulatório para a produção e comercialização dos insumos biológicos no país.
“A nova legislação deve reduzir burocracias e criar incentivos para pesquisas e desenvolvimento de produtos multifuncionais”, explica Larissa Simon, diretora de operações da ANPII Bio.
