BNDES garante o PSI somente até dezembro de 2015

Em 2016 o programa poderá ser descontinuado, segundo análise do setor.

A baixa demanda por crédito com juros subsidiados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para compra de bens de capital nos cinco primeiros meses de 2015 mudou a percepção do início do ano e deixou as indústrias automotiva e de máquinas e equipamentos mais confiantes de que o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), tocado pelo banco de fomento, não acabará antes do previsto e, portanto, seguirá pelo menos até dezembro de 2015.

Até o primeiro trimestre deste ano, quando dados oficiais ainda não tinham sido divulgados, executivos desses setores – e até alguns dirigentes do próprio BNDES – previam que o PSI acabaria em meados deste ano, pois acreditavam que os R$ 50 bilhões destinados ao programa para 2015 acabariam bem antes de dezembro. De janeiro a maio, contudo, os desembolsos somaram R$ 16,3 bilhões, montante 43% menor do que em igual período de 2014.

Quando o ministro da Fazenda começou a anunciar o ajuste fiscal, havia o receio do setor de que houvesse algum corte no PSI, mas a novidade agora é que a procura está muito baixa. Ou seja, tem dinheiro, mas a economia está em um nível de desaquecimento tão grande e a confiança em nível tão em baixo que falta demanda, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

A Abimaq esteve reunida recentemente com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e com a superintendente das operações do PSI, Juliana Santos da Cruz, e os dois teriam reafirmado o compromisso de que o programa será mantido até o final do ano, pois não faltará recurso. A continuidade do programa depende hoje mais da falta de demanda do que de dinheiro. A procura pela linha do PSI está muito baixa.

Representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também estiveram reunidos com a direção do BNDES na semana retrasada.
Na ocasião, o banco de fomento confirmou a continuidade do programa até o fim deste ano. Só vai ter dinheiro porque o volume caiu, segundo a Anfavea.

Além da economia desaquecida, executivos apontam que a queda na demanda pela linha do PSI está relacionada ainda ao endurecimento das regras do programa neste ano. A participação do BNDES, por exemplo, que variava entre 80% e 100% de cada projeto, caiu para entre 50% e 70%.

Já os juros, que ficavam entre 4,5% e 8% até então, aumentaram para entre 7% e 11%, enquanto os prazos, antes estendidos por até 10 anos, encurtaram para 8 anos. A ideia inicial do governo era cortar subsídios do BNDES ainda no fim de 2014, durante a transição da equipe econômica. No entanto, acabou-se optando por uma alternativa política de mantê-los para evitar desgaste maior com a indústria no início da nova gestão. O governo, contudo, já deixou claro que, caso os R$ 50 bilhões previstos inicialmente acabem, não fará aportes ao banco. Nesse cenário, há incertezas sobre o PSI em 2016.

A Abimaq acredita que o banco deverá manter o programa, mas vai endurecer as regras. Para a Abimaq, junto com a desoneração da folha, o PSI é um dos poucos instrumentos para aumentar a competitividade do setor.

Segundo a Abimaq, o banco não adiantou detalhes ainda sobre 2016 e a própria indústria tem evitado discutir as perspectivas para o próximo ano para evitar um adiamento de compras. Fonte: Agência Estado.

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