Boletim meteorológico prevê chuvas para o RS ao longo da semana

 Boletim meteorológico prevê chuvas para o RS ao longo da semana

(Por Seapi) Segundo o Boletim Integrado Agrometeorológico divulgado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, o Estado voltará a registrar a ocorrência de chuvas ao longo desta semana. Na quinta (14), a presença de uma massa de ar quente e úmido manteve as temperaturas elevadas, com valores superiores a 35°C e pancadas de chuva, típicas de verão na maioria das regiões. Na sexta-feira (15), o deslocamento de uma frente fria provocou chuva em praticamente todo o Estado, com temporais isolados, como visto na Serra Gaúcha.

Neste sábado (16) e domingo (17), o calor intenso vai predominar, onde a presença do ar quente manterá as temperaturas elevadas, com valores superiores a 35°C em todas as regiões e próximas de 40°C em algumas áreas, especialmente nas Missões, Vale do Uruguai, Região Central e Região Metropolitana.

TENDÊNCIA (18 A 20 DE DEZEMBRO DE 2023)

TRIGO

Entre a segunda (18) e quarta-feira (20), a lenta propagação de uma frente fria vai provocar chuva em todo Estado, com possibilidade de novas tempestades na maioria das regiões. Os volumes esperados deverão oscilar entre 15 e 35 mm na maior parte do Estado. Entre a Campanha e a Fronteira Oeste estão previstos valores mais elevados e que deverão oscilar entre 60 e 80 mm, e poderão alcançar 100 mm em algumas localidades.

Algumas particularidades da relação do clima com a agropecuária gaúcha:

A colheita de trigo está tecnicamente encerrada no Estado. Ainda remanescem lavouras periféricas nas regiões dos Campos de Cima da Serra e Campanha, cuja colheita ainda depende de avaliação econômica. Em termos gerais, estima-se que a área colhida está muito próxima a 100% da área cultivada. A produtividade inicial estimada pela Emater/RS-Ascar era de 3.021 kg/ha e a revista, ao iniciar a colheita, é de 2.164 kg/ha.

Contudo, os resultados, ainda foram mais impactados pela baixa qualidade do produto obtido, com predomínio de grãos sem características adequadas à indústria de farináceos. Consequentemente, os efeitos econômicos da safra foram insatisfatórios.

A semeadura de soja prosseguiu em um ritmo mais lento que os dois períodos imediatamente anteriores, influenciada pela elevada umidade no solo e pela recorrência de chuvas em parte do Estado, especialmente ao Norte. No entanto, mesmo nessas áreas de maior volume acumulado, houve a possibilidade de realizar a semeadura em pequenas janelas temporais.

A área semeada evoluiu para 84%, mas ainda em atraso em relação à média dos últimos cinco anos e próxima à semeada no ano anterior, nesta mesma época. O desenvolvimento da cultura evidenciou melhorias significativas com emissão mais rápida de folhas e aumento perceptível na área foliar. As lavouras semeadas entre o final de outubro e a primeira quinzena de novembro apresentam boa recuperação no crescimento, contudo, ainda exibem caules finos e folhas basais de tamanho reduzido. Os trifólios apicais atingiram tamanho normal a partir da fase V3 em diante. No caso das lavouras semeadas a partir de 15/11, observa-se emergência mais uniforme e desenvolvimento inicial das plantas dentro da normalidade, com folhas bem desenvolvidas desde o momento da emergência.

MILHO

A área semeada de milho alcançou 88%. Apesar de prevalecer o período recomendado para o plantio, observou-se progressão reduzida na semeadura, influenciada pela ocorrência de precipitações e pelo fato de os produtores direcionarem sua atenção à implementação da cultura de soja. Além disso, a evolução foi limitada pelo escalonamento de plantio, pois muitos produtores já implantaram as lavouras planejadas, enquanto outros aguardam para complementar a área cultivada na safrinha.

Apesar da ocorrência de precipitações, o período recente foi mais favorável para as lavouras. O aumento da radiação solar, a presença de umidade no solo e as temperaturas diurnas e noturnas, propícias ao desenvolvimento do ciclo da cultura, criaram condições ideais para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Essa conjuntura favoreceu a expressão do potencial produtivo da cultura e ajudou a evitar uma redução, ainda maior, desse potencial em regiões previamente afetadas por eventos climáticos.

A principal atividade realizada no milho silagem é o corte e a conservação da massa vegetal colhida. Os resultados são variáveis, dependendo principalmente da manutenção da sanidade das plantas durante o ciclo de desenvolvimento e da eventual ocorrência de fenômenos climáticos, como excesso de chuvas, vento e granizo, que prejudicaram a qualidade da massa vegetal a ser ensilada. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, 10% já foi colhido e apresentam baixa produtividade e qualidade. Na região de Ijuí, iniciou-se a colheita e as lavouras apresentam volume substancial de massa verde e grãos, resultando em silagem de qualidade elevada.

ARROZ

A semeadura de arroz prosseguiu devido à melhoria das condições ambientais. Foram realizados tratos culturais, incluindo aplicações de herbicidas e fertilizantes nitrogenados. Em algumas áreas, o trabalho foi conduzido por tratores em função dos níveis mais baixos de umidade no solo; nas áreas mais úmidas, o serviço de aviação agrícola ainda é necessário para garantir a execução das aplicações sem atrasos significativos. A área já semeada apresenta atraso em comparação com anos anteriores, e considera-se a possibilidade de não manutenção do potencial produtivo em razão da combinação de atrasos na semeadura e nas práticas culturais. Na Fronteira Oeste, os rizicultores conduzem o plantio das últimas lavouras e, ao mesmo tempo, realizam replantios nas áreas afetadas
por cheias, à medida que os níveis dos principais rios diminuem.

Em Uruguaiana, estima-se que 97% da área total já tenha sido plantada, enquanto em São Borja, há um atraso mais significativo, com apenas 80% das lavouras semeadas. O atraso na semeadura e nos tratos culturais já refletem em uma estimativa de quebra, que varia de 4%, em Uruguaiana, até 10% em Alegrete e Itaqui.

FORRAGEIRAS

O desenvolvimento das forrageiras foi favorecido por temperaturas amenas a elevadas e chuvas intermitentes, mantendo a umidade do solo. O processo de semeadura de pastagens anuais de verão está em andamento. No entanto, foi prejudicado pelo longo período chuvoso dos últimos meses. Os produtores continuam a utilizar principalmente as pastagens perenes, como tifton e jiggs, que apresentam bom desenvolvimento e oferta satisfatória de pasto. Destaca-se ainda o desempenho positivo dos trevos, especialmente o branco, e dos cornichões, impulsionados pelo tempo propício.

Da mesma forma, o campo nativo segue beneficiado pela manutenção adequada da umidade do solo. Os bovinos de corte ainda apresentam boas condições corporais como decorrência da disponibilidade adequada de forragem, especialmente nos campos nativos. Nas propriedades mais tecnificadas, o ciclo de nascimento de terneiros está chegando ao fim. Na bovinocultura de leite o vazio forrageiro de primavera está chegando ao fim e gradualmente há recuperação dos níveis de produção.

Em diversas propriedades, os animais estão sendo mantidos em campo nativo ou nas pastagens de verão, ainda suplementados com silagem e ração, o que tem elevado os custos de produção. Em decorrência de chuvas e temperaturas mais elevadas, a população de carrapato e mosca tem aumentado, levando alguns produtores a adotar tratamentos estratégicos para evitar altas infestações. Em alguns locais, a ocorrência de temporais causou prejuízos às atividades leiteiras devido às quedas de energia.

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