Bolsonaro conhece o drama do arroz

 O presidente da República afirmou que conhece o drama da orizicultura, que tem sido informado sistematicamente do problema e que já determinou aos seus ministros da Economia e da Agricultura que encontrem soluções o mais breve possível. Ele enfatizou a importância estratégica para a economia e a segurança alimentar brasileira dessa cadeia produtiva e disse que no menor prazo de tempo possível serão apresentadas soluções. “Não sei se vamos salvar a todos, mas faremos um esforço para salvar o maior número possível de produtores dessa situação grave e recolocar o setor do arroz nos trilhos para o futuro. É um processo inserido no projeto de reconstrução do Brasil”, avaliou.

Ele voltou a relatar sua aventura em produzir arroz no Mato Grosso na década de 80, que não deu muito certo. “Perdi tudo para uma seca, levei prejuízo e desisti, então sei bem que plantar arroz não é fácil e pode trazer muito trabalho e prejuízos”. Bolsonaro também afirmou que a reforma previdenciária será seguida de propostas de mudanças tributárias que poderão refletir numa retomada dos investimentos e no aumento da competitividade dos produtos nacionais. Lembrou que o acordo entre Mercosul e União Europeia trará novas oportunidades ao agronegócio.

Segundo Ademar Kochenborger, presidente da União Central de Rizicultores (UCR), os participantes do encontro saíram convencidos de que as demandas estruturais do setor serão atendidas, mas que haverá o anúncio de medidas emergenciais nos próximos dias. A expectativa é de uma prorrogação dos vencimentos de custeio, que não havia saído até o dia 28 de julho, e que sejam criados mecanismos para renegociações com os bancos, indústrias e fornecedores de insumos. “É isso ou vamos ter uma redução muito expressiva na próxima safra, pois o produtor está descapitalizado para plantar e não tem esperanças de obter preços que cubram os custos. Para muitos, a lavoura se tornou inviável”, finaliza.

O que querem os arrozeiros

DO GOVERNO FEDERAL
* Solução definitiva para os endividamentos com agentes financeiros, indústrias e fornecedores de insumos
* Juros baixos e carência de pelo menos dois anos no caso de um programa de refinanciamento das dívidas, adequados ao recuo da rentabilidade e às condições de pagamento do setor
* Fim da cobrança de dívidas do Funrural
* Prorrogação dos vencimentos de custeio de julho e agosto para setembro e outubro
* Formalização do fundo de aval
* Controle e fiscalização sobre financiamentos privados (CPRs)
* Garantia do subsídio federal ao seguro agrícola
* Restrição do fluxo e fiscalização da sanidade do produto importado
* Aprovação do projeto de lei que aplica alíquotas do PIS e Cofins sobre o arroz importado (11,25%)
* Autorização e desburocratização da compra de insumos no mercado internacional
* Apoio à exportação e inserção do arroz na pauta de acordos internacionais
* Recomposição do preço mínimo para cobrir as reais despesas
* Redução da carga tributária e estabelecimento de alíquota única de 4% de ICMS sobre os gêneros da cesta básica
* Revisão da tabela do frete
* Incentivo ao consumo do grão

DO ESTADO
* Redução do ICMS incidente sobre o arroz em casca nos meses de safra
* Revitalização e valorização do Irga e do seu quadro funcional por meio do repasse da CDO
* Nomeação dos diretores do Irga
* Revisão da CDO
* Investimentos no Porto de Rio Grande para escoamento de arroz
* Adoção da farinha de arroz na merenda escolar estadual
* Apoio às demandas federais

DOS MUNICÍPIOS
* Estradas em condições de escoamento da safra
* Adoção da farinha de arroz na merenda escolar
* Apoio às demandas estaduais e federais

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