Bolsonaro vai mexer no arroz
Mercosul e dívidas do campo estão na pauta do presidente.
A cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul e Santa Catarina relatou ontem ao presidente da República Jair Bolsonaro as dificuldades que o setor vem enfrentando e cobrou soluções para a crise. No encontro em Brasília, participaram produtores, dirigentes de cooperativas e representantes setoriais, deputados e senadores e a própria ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Bolsonaro afirmou que já tem as informações necessárias em um estudo setorial e que “nas próximas semanas medidas importantes serão anunciadas”.
O presidente destacou que a reforma previdenciária será seguida de propostas de mudanças tributárias que poderão refletir numa retomada dos investimentos e no aumento da competitividade dos produtos nacionais. Lembrou que o acordo entre Mercosul e União Europeia trará novas oportunidades ao agronegócio nacional.
MEDIDAS EMERGENCIAIS
Segundo Pinto Kochenborger, presidente da União Central de Rizicultores (UCR), os participantes do encontro saíram convencidos de que as demandas estruturais do setor serão atendidas, mas que haverá o anúncio de medidas emergenciais nos próximos dias. A expectativa é de que haja o anúncio de uma prorrogação dos vencimentos de dívidas com vencimentos nos próximos meses e sejam criados mecanismos para renegociações.
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag), cachoeirense Carlos Joel da Silva, considera que a reunião tranquiliza a cadeia produtiva, uma vez que deixa claro que o governo sabe quais são os problemas e assume o compromisso de buscar soluções. “O Ministério da Agricultura está em sintonia com os produtores, o que precisamos agora é que o Ministério da Economia também seja sensível”, ratifica.
Pinto satisfeito com a reunião
O presidente da União Central dos Rizicultores (UCR), Pinto Kochenborger, saiu satisfeito da reunião com o presidente Jair Bolsonaro. Na audiência, Pinto relatou para Bolsonaro que o governo federal precisa socorrer os arrozeiros, sob pena de o Brasil ser obrigado a importar arroz de países asiáticos em breve. Conforme Pinto, a lavoura está se tornando inviável devido ao alto custo para a produção do arroz. Ele afirma que o arrozeiro gasta R$ 60,00 para produzir um saco, mas é obrigado a vender por R$ 42,00. Além disso, Pinto lamenta que hoje o mercado está parado. “A indústria não está comprando e o custeio agora está vencendo”, observa.
Um dos pedidos feitos por Pinto é o livre comércio entre os países do Mercosul. Ele defende que os produtores brasileiros possam comprar livremente insumos no Uruguai, por exemplo, para usar em suas lavouras. “O produto é fabricado no Brasil e vai para os países vizinhos, onde custa 400% menos, mas nós não podemos buscar lá para usar aqui”, desabafa Pinto. Porém, o arroz produzido nos países vizinhos é importante para as indústrias brasileiras e custa menos do que o cereal nacional.
8 Comentários
Mérito do ”Pinto” este encontro/reunião com Bolsonaro, foi através de seu vídeo, que a mensagem de socorro chegou ao governo, embora a Federarroz esteja empenhada a bastante tempo em expor a situação caótica em que vivemos, foi o apelo deste arrozeiro que teve grande repercussão no governo.!!
Eu só acredito. Vendo. Plantem bastante arroz esse ano prá ver o tufo de novo no ano que vem!!! Depois vão chorar pro bispo, pro Papa!!! O arroz só vai valer quando tiver pouco… E mesmo assim nem em ano de pouco arroz ele sobe tamanha a especulação no negócio. A hora que ele sair da vitrine da agiotagem e picaretagem talvez suba. Do contrário acontecerá o que aconteceu com o trigo: Extinção!
A única solução é a tabela de preços para o arroz.
Tendo que cumprir a tabela, as indústrias não haverão necessidade de se abarrotar em de arroz barato na colheita, para elas seria indiferente a época de comprar arroz. Talvez assim elas optem em comprar arroz escalonado, já que o preço será sempre o mesmo. Assim aqueles produtores sem armazenamento perderam arroz na lavoura, por não terem onde guardar. Isso seria a única forma deles entenderem que a única solução é reduzir a área plantada.
Por outro lado se as indústrias optarem em armazenar o arroz dos produtores que não tem silos, acontecerá o mesmo que está acontecendo este ano, elas sairão do mercado e aqueles que tem arroz em silo próprio não terão como esvaziar seus armazéns, e em consequência terá que reduzir a área.
Todas as maneiras que tentamos achar a solução para a crise arrozeira, o resultado sempre nos leva a mesma conclusão…. Reduzir a área plantada.
Parabéns pro Ademar Grande iniciativa todo o mérito e dele.mais aí me pergunto cadê a federarroz não era para estar o presidente no lugar do Ademar.
Este governo é adepto do livre mercado, portanto devemos pleitear condições justas de concorrência. Se nossos concorrentes no Uruguai e Paraguai tem acesso a insumos mais baratos, vamos abrir o mercado brasileiro para nossos produtores poderem comprar seus insumos no mercado externo por preços menores. Agroquímicos, fertilizantes, crédito, etc. Por que não?
O uso de agrotóxicos uruguaios é proibido no Brasil. Os ambientaloides, não aceitam e fazem muito barulho. Porém esses adoram um arroz importado do Uruguai.
Primeiro parabéns pela iniciativa do presidente da UCR , o Ademar , pq nada melhor do q ele pra nos representar. Claro q precisamos de insumos mais baratos, mas q com isso não queiram achatar mais o preco do arroz, na verdade nada solucionará nossos problemas, nem créditos prolongados, porque precisamos de precos remuneradores. Acredito q a tabela até seja cruel por um lado pq vai desistimular o produtor a plantar qdo não achar comprador, o q na verdade as autoridades não iriam querer, na verdade querem continuem plantando nessas condicões mesmo. Então teríamos q ter um preco minimo, discutido pelo menos com três entidades representativas, como a Federarroz, a UCR e o Irga . Preco esse q represente os custos da lavoura, porque se o custo for R$50,00, não terá cabimento você vender a R$40,00 por exemplo, pq assim só vai aumentar as dívidas. E daí aquela indústria q praticar precos abaixo do mínimo teria q ser fiscalizada. E a idéia do seo Flávio é muito válida, de cotas de importacão, sim pq é comum em qquer país q queira proteger a sua economia. E tudo mais é mesmice, q continuará na mesma situacão, sem avancos concretos pro setor. SDS.