Brasil ainda é deficiente

 Brasil ainda é deficiente

Logística não acompanha a evolução das safras.

Produção, armazenamento, agroindustrialização e distribuição constituem os principais componentes do agronegócio, os quais têm efeitos decisivos nos preços e na qualidade dos alimentos e demais produtos de origem agropecuária, aí se incluindo o arroz. “O armazenamento é uma etapa na qual o Brasil ainda é deficiente”, diz o professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Moacir Cardoso Elias, uma das maiores autoridades nacionais no assunto. Atualmente, o Brasil não tem capacidade estática para atender a produção de grãos. Além disso, a distribuição espacial é inadequada, há deficiências na secagem e a qualidade das estruturas de armazenagem deixam a desejar. Assim, há necessidade de instalação de novas unidades de armazenamento nas regiões produtoras e modernização das existentes. Também falta conhecimento ao produtor. 

PROPRIEDADE – O armazenamento na propriedade rural é uma área relativamente nova como conhecimento e prática, mas que se caracteriza como gargalo na evolução da cadeia produtiva de grãos, segundo o professor da UFPel Moacir Cardoso Elias. “A prática, realizada em boas condições técnicas, permite redução do custo com transporte, aumento do poder de barganha do produtor, de qualidade e regularidade de oferta de produtos para o consumidor, com reflexos diretos na estabilidade dos preços”, frisa.

Fique por dentro
Mesmo com os avanços tecnológicos, o armazenamento pelo sistema convencional, em sacaria, ainda é utilizado, principalmente pelos pequenos produtores. Embora desempenhe papel importante na redução de perdas na pós-colheita, quando bem operado, esse método se caracteriza por dificuldades no controle tecnológico da manutenção da qualidade dos grãos armazenados. Armazenamentos em silos ou armazéns graneleiros equipados com eficientes sistemas de termometria, aeração e outros recursos para manutenção de qualidade dos grãos são as formas mais empregadas por cooperativas, agroindústrias, cerealistas e grandes produtores. Bem dimensionados e manejados, esses sistemas podem ser empregados por médios e pequenos produtores.

Mandamentos
1. A qualidade dos grãos durante o armazenamento deve ser preservada ao máximo, em vista da ocorrência de alterações químicas, bioquímicas, físicas e microbiológicas e da ação de seres não microbianos a que estão sujeitos.
2. A velocidade e a intensidade desses processos dependem da qualidade intrínseca dos grãos, do sistema de armazenagem utilizado e dos fatores ambientais durante a estocagem.
3. Essas alterações são refletidas em perdas quantitativas e qualitativas.
4. As perdas quantitativas são mais facilmente observáveis, refletem o metabolismo dos grãos e de organismos associados, como microrganismos, insetos e ácaros, resultando na redução do conteúdo da matéria seca dos grãos.
5. Já as qualitativas são devidas sobretudo às reações químicas e enzimáticas dos próprios grãos, à presença de materiais estranhos, impurezas e ao ataque de organismos associados, resultando em perdas de valor nutricional e comercial, com a possibilidade da formação de substâncias tóxicas no produto armazenado, comprometendo a sanidade se o processo não for adequadamente conduzido.

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