Brasil bate recorde de exportação no ano safra: 894 mil toneladas de arroz

Ainda assim, balança comercial terminou o ano safra negativa com 908 mil toneladas importadas.




A boa comercialização no primeiro semestre do ano e a qualidade do arroz brasileiro falando mais alto na reta final do ano safra, mantendo-o atrativo mesmo com uma perda significativa de competitividade em razão da valorização do Real frente ao dólar, deram números finais recordes às exportações de arroz do Brasil no ano safra 2009/10. Segundo dados da Secex/Mdic, o Brasil alcançou, entre março de 2009 e fevereiro de 2010 a venda externa de 894,41 mil toneladas, um crescimento de 13,2% sobre o desempenho de 2008/09, quando houve um momento atípico pela alta do mercado em razão da especulação e também pela crise de alimentos. Naquele ciclo, o Brasil exportou 789,87 mil toneladas.

Do total exportado, 54,4% do grão foi beneficiado, quase a totalidade parboilizado, segundo o analista de mercados do Irga, Tiago Sarmento Barata. Arroz quebrado, farinha e farelo representaram 32,8%, com um mercado cativo na África. Descascado representou 9,7% e produto em casca 3,4. Ainda assim, o Brasil não conseguiu fechar a balança comercial com superávit, como ocorreu no período 2008/09. Uma enxurrada de arroz do Mercosul no último quadrimestre inverteu a tendência de o Brasil exportar mais do que importa, e as internações (99% de Uruguai e Argentina) somaram 908 mil toneladas.

A valorização do Real, a oscilação cambial, preços atrativos do Mercosul com arroz de boa qualidade e entrando sem impostos no Brasil, bem como subsídios na origem, além da expectativa de quebra de safra e baixos estoques governamentais geraram um aumento de 69,2% no volume de cereal importado. Passou de 590 mil toneladas em 2008/09 para as 908 mil. Tiago Barata, do Irga, informa que 64% do arroz que entrou no Brasil, principalmente a partir do Mercosul, foi na forma de beneficiado. Outros 26,7% foi descascado e 9,1% em casca. Quebrados, farinha e farelo representaram apenas 0,3%.

 

Distribuição das importações por característica de produto (t)

Padrão         mar/2008 a fev/2009     mar/2009 a fev/2010       partic. %

Beneficiado       383.782,2                             580.757,1                64,0%

Descascado      162.865,1                             242.403,9                26,7%

Casca                    42.016,6                             82.374,8                    9,1%

Quebrado, farinha e farelo 1.337,7                  2.462,3                   0,3%

Total Global        590.001,7                             907.998,0                 100,0%

 

Distribuição das exportações por característica de produto (t)

Padrão         mar/2008 a fev/2009       mar/2009 a fev/2010   partic. %

Beneficiado                 479.992,5                   486.402,9                54,4%

Quebrado, farinha e farelo  273.554,6 2        92.994,4                32,8%

Descascado                18.735,1                         84.284,9                9,4%

Casca                            17.595,0                        30.731,3                 3,4%

Total Global                 789.877,2                        894.413,5             100,0%

 

Fonte: Secex/Mdic

Elaboração: Tiago Sarmento Barata/Irga




1 Comentário

  • Os motivos que surgem para desvalorizar o nosso produto, são muitos. Primeiro, era a influencia do arroz do centro oeste. Bom, isso gerou a discussão da famigerada IN 06, que substitui a antiga tabela 269 de 1988. Só que bem antes da tabela ser modificada, o arroz do centro oeste, sumiu. Ficou pequeno, não influi em mercado nenhum e, agora ainda sofrerá mais. E, tambem principalmente nesta safra passada, nosso arroz alçou voo para o mundo, com a tabela antiga. Que conversa fiada é esta de qualidade. Fazem exames fitossanitarios nesse arroz importado? Este arroz é que baliza o nosso preço para baixo. Até quando? E as assimetrias do mercosul? há discussão? se, continuar assim, haverá barulho, podem escrever.

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