Brasil chega em junho às 150 mil t de arroz exportadas

Desempenho de 2005 é um recorde absoluto. Senegal, na África, é o maior importador com mais de 100 mil toneladas de arroz (base casca)
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Está confirmada a partida do porto de Rio Grande (RS), no próximo dia 25, de um navio com mais 25 mil toneladas (base casca) de arroz quebrado para o Senegal, na África. Com esta carga e outros negócios de menor volume, o Brasil estará confirmando a exportação de 150 mil toneladas de arroz (base casca) em 2005, um recorde absoluto nos últimos 20 anos.

A expectativa inicial é de que o Brasil consolide a exportação de 300 mil toneladas para terceiros mercados, volume considerado muito importante para ajudar a aliviar a pressão do mercado interno, provocada principalmente pela entrada de excedentes do Mercosul.

O Senegal tornou-se, definitivamente, o grande parceiro brasileiro para a exportação. Segundo o analista da empresa SAFRAS & Mercado, Aldo Lobo, 103 mil toneladas de arroz em base casca serão embarcadas para o país africano entre janeiro e junho de 2005. No ano comercial de 2004 o Brasil já havia exportado mais de 60 mil toneladas de arroz, principalmente quebrado.

– O importante é que o Brasil encontrou um nicho de mercado muito importante e está conseguindo se desfazer do arroz quebrado (canjicão e quirera), aliviando parcialmente a pressão interna. Claro que era preciso exportar muito mais, mas a abertura deste mercado já é um começo – esclarece Lobo.

O ingresso do Brasil neste nicho do mercado internacional está provocando uma situação inusitada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Um saco de 60 quilos de canjicão chega a valer R$ 29,00 posto em Rio Grande, contra R$ 20,00 de um saco de arroz de 50 quilos, com 58% de grãos inteiros, posto na indústria em Pelotas, grande pólo industrial arrozeiro que fica a 50 quilômetros do porto.

A tonelada do canjicão é cotada a 188 dólares esta semana no Rio Grande do Sul, pela pressão das corretoras em busca do produto. Esta busca também fez com que a quirera seja comercializada a R$ 21,00 o saco de 60 quilos, R$ 2,00 a mais do que um saco de 50 quilos de arroz branco de qualidade padrão.

A preocupação do setor, neste momento, é com a queda demasiada do dólar frente à moeda brasileira. Grande parte dos negócios de exportação foi fechada há pelo menos 90 dias, com a moeda americana cotada acima de R$ 2,60. Sendo assim, mesmo com a queda de preços do arroz no mercado interno, a margem de lucro dos exportadores pode ficar comprometida e dificultar a viabilização de negócios futuros.

Todavia, independentemente desta situação, a meta do primeiro semestre já está garantida. O Brasil está confirmando a exportação de 150 mil toneladas de arroz (base casca).

– O que preocupa nesta situação é que este esforço brasileiro comprova que se quisessem, Uruguai e Argentina poderiam estar procurando abrir mais espaço no mercado internacional, pois estão melhores estruturados e têm mais tradição para trabalhar com estes mercados. Mesmo assim, fica evidente que é muito mais fácil empurrar os excedentes para o Brasil, onde existem compradores garantidos, do que investir um pouco mais ou reduzir a margem de lucro, e encontrar novos compradores de terceiros países – critica Aldo Lobo.

As exportações estão concentradas em Rio Grande, principalmente com produto gaúcho e catarinense.

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