Brasil e Peru monopolizaram as exportações arrozeiras

 Brasil e Peru monopolizaram as exportações arrozeiras

Forte movimentação no mercado de arroz em 2020

A pandemia Covid-19 favoreceu as vendas de cereais e elevou os preços no mercado mundial..

Brasil e Peru continuam sendo os principais destinos das exportações uruguaias de arroz em 2020, seguidos do México, que aumentou suas compras em 5%, de acordo com a análise setorial publicada no Anuário do Escritório de Programação e Política Agrícola (Opypa).

Os altos preços domésticos do arroz no Brasil, impulsionados pela pandemia de Covid-19, mais as restrições impostas por alguns grandes produtores mundiais, elevaram os preços dos cereais. No caso do México, apesar dos entraves ocorridos no último ano (causados pelo gorgulho khapra ou Trogoderma granarium), o volume exportado aumentou, principalmente arroz com casca, representando 51% do total de exportações para aquele país este ano.

De acordo com a análise do engenheiro agrônomo Lucía Salgado, integrante da equipe técnica da Opypa este ano 2020, as exportações de arroz apresentaram um comportamento diferente dos anos anteriores devido ao efeito da pandemia provocada pela Covid-19. A primeira delas foi o aumento das exportações no primeiros meses do ano, período em que em geral cerca de 5% a 8% do volume é exportado, enquanto nos meses de março a junho deste ano, 56% do total foi exportado.

Estima-se que até o final de 2020 praticamente todo o volume de arroz terá sido exportado para aquele destino, deixando um dos menores saldos exportáveis dos últimos anos para ser comercializado nos primeiros meses de 2021.

Segundo Salgado, outro efeito foi o aumento, após vários anos, dos preços internacionais de exportação, principalmente no período abril-outubro. Ele argumentou que após nove meses do ano comercial (março de 2020 – fevereiro de 2021) o valor das exportações (US $ 378,8 milhões) está em níveis semelhantes ao das exportações totais correspondentes ao período de março de 2019 – fevereiro de 2020. (EUA $ 378,4 milhões).

Nos últimos anos, as exportações de arroz em casca aumentaram, tendo como destino em 2019 (março-fevereiro) Venezuela, México, Costa Rica e Brasil, enquanto em 2020 (março-novembro) foram Panamá e México. O preço de exportação (média de US $ 302 / t de março-novembro de 2020) no mesmo período aumentou 14%.

Em relação aos valores, a análise da Opypa destacou que o preço do arroz branco (NCM: 100630) pago pelo Peru aumentou 5% em relação ao ano anterior, enquanto o do Brasil o fez 16%. Um ponto a ser destacado é o diferencial de preços pagos por um país e pelo outro.

Enquanto em 2019 o Peru pagava pelo arroz uruguaio um preço 24% superior ao pago pelo Brasil, neste ano a diferença é de 6%, considerando as exportações de arroz branco beneficiado.

Comércio

A análise de Opypa estimou que, neste ano, o comércio internacional de arroz será de 41 milhões de toneladas. As perspectivas do Índice Global de Cereais consideram um aumento da produção mundial para o ano de 2021, bem como do comércio, que atingiria 45 milhões de toneladas.

Salgado considerou que a nível regional é importante destacar o caso do Brasil, que nos últimos anos, a proporção da área de arroz irrigado tem aumentado em relação à área de sequeiro, obtendo melhores rendimentos e, portanto, maior produção. Isso se reflete na safra 2019/2020 com aumento de 7% em relação à safra anterior.

No que se refere ao comércio exterior, o aumento dos preços de exportação no âmbito internacional contribuiu para o aumento das exportações brasileiras nos primeiros meses de 2020. No período de janeiro a outubro de 2020, em relação a igual período de 2019, o valor total da as exportações aumentaram 70% e o volume 67%.

Antecipado o pagamento ao Fundo do Arroz IV 

Entre 1º de março de 2017 e 31 de outubro de 2020 foram amortizados 31% do capital devido ao IV Fundo Arroz. Essa ferramenta foi criada em janeiro de 2017 por meio de um fideicomisso privado de oferta de US $ 60 milhões. A aceleração na amortização de capital deveu-se, por um lado, ao cancelamento do FFRAA III em maio de 2019, para o qual o valor total da retenção de 3% é utilizado para cancelamento do FFRAA IV e do aumento de valor da exportação.

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