Brasil tem espaço para crescer nas exportações de arroz
Organizadores da Abertura Oficial da Colheita do Arroz esperam negociadores internacionais.
Com o crescimento do arroz brasileiro no cenário internacional, comprovado pelos números de exportação do grão, a Abertura Oficial da Colheira do Arroz deve ser um chamariz para o mercado externo.
A ideia da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) é trazer representantes de fora do país para o município de Tapes (RS), entre os dias 5 e 7 de fevereiro, data do evento.
Segundo o presidente da Entidade, Henrique Dornelles, que concedeu entrevista coletiva à imprensa nesta quinta-feira, dia 15 de janeiro, convites foram feitos para especialistas que trabalham com mercados em potencial para o Brasil, como Oriente Médio e América Central.
O objetivo é que os negociadores conheçam o sistema de produção desde o plantio até o beneficiamento do produto. "Queremos demonstrar como o nosso arroz é produzido, como temos segurança alimentar em todos os processos e que nosso arroz possui a qualidade que possui não só por uma questão natural mas também por um contexto profissional e tecnológico", destaca.
Conforme números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações do grão em dezembro de 2014 foram as maiores do ano-safra, chegando a um volume de 177,98 mil toneladas, puxadas por uma expressiva venda realizada para o Iraque.
Dornelles explica que já existia pelo setor a precepção da elevação nos embarques. Entretanto, o dirigente acredita ainda que existem gargalos na comercialização. Um dos exemplos é o retorno das relações comerciais dos Estados Unidos com Cuba depois de quase meio século de bloqueio econômico.
Os cubanos são responsáveis por 10% das compras do arroz brasileiro. Os preços do produto norte-americano de qualidade similar ao brasileiro estão mais de US$ 50 por tonelada menores e o frete médio dos Estados Unidos para Cuba é mais de 60% inferior ao do Brasil para o país da América Central.
Outro problema de acordo com Dornelles é que a Costa Rica aumentou o imposto sobre de transações, especialmente do arroz, mas que os Estados Unidos ficaram de fora da tributação. "Enquanto o arroz norte-americano entra com taxa zero, nosso arroz precisa pagar 20%. São coisas que gostaríamos de externar com o objetivo de sensibilizar o governo federal de que a gente precisa tomar um outro rumo nas negociações internacionais", exclarece.
Custos de produção ainda preocupam Com o tema "Cesta Básica Garantida, com Renda no Campo Comprometida", a 25ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que a Federarroz organiza em parceria com a Associação dos Arrozeiros de Tapes, busca alertar a sociedade sobre os altos custos de produção que estão comprometendo a renda do produtor.
Dornelles lembra que o grão nunca esteve com patamares de preços estabilizados como no último ano, chegando a R$ 38,00 a saca de 50 quilos, mas que não há nenhuma comemoração do setor porque os custos acabam corroendo totalmente a rentabilidade dos arrozeiros.
"O que eu acho mais grave é que não se tem algum planejamento ou visão estratégica de como fazer ao menos a administração dos custos. Não há uma preocupação do Ministério da Agricultura. Isso nos coloca em um momento de cautela".
Outra preocupação externada pelo presidente da Federarroz é o reajuste dos preços mínimos estipulados pelo governo federal, que atualmente é de R$ 25,80 a saca de 50 quilos, considerado um valor fora da realidade pelo setor.
A estimativa para este ano é que a colheita do arroz chegue a 8,17 milhões de toneladas, conforme as últimas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou na semana passada o que representa 0,7% a mais do que a safra anterior, com uma produtividade de 7,3 mil quilos por hectare.
A área total cultivada no Rio Grande do Sul é de 1,11 milhão de hectares de acordo com o Instituto Riograndense do Arroz (Irga). Atualmente os gaúchos produzem 65% do total do arroz cultivado em todo o país.
1 Comentário
Dolar a r$3,00 vamos bater recordes de exportação este ano, Porto de rio grande vai carregar muito arroz bom em casca nosso e se as indústrias não abrirem o olho o arroz bom vai acabar e vai sair arroz bom do Brasil e entrar arroz Ratalino caro
SOJA NA VÁRZEA NELES