Brasil volta a exportar arroz para Cuba e Venezuela
(Por Cleiton Evandro dos Santos, AgroDados/Planeta Arroz) Boas notícias para as exportações do arroz gaúcho ao continente americano foram confirmadas esta semana. Uma trading confirmou a negociação de 30 mil toneladas de arroz (base casca) beneficiado para Cuba, país que vinha operando com aquisições focadas na Argentina (high quality) e no Vietnã (low quality). Agentes de mercado também confirmaram uma segunda venda de 8,5 mil toneladas de arroz beneficiado, ensacado em um quilo, para a Venezuela. A ação foi de outra trading. Para ajudar, no final de julho uma carga de 28.360 toneladas de arroz em casca partiu para Nicarágua e Costa Rica.
Para Cuba, os valores ficaram entre R$ 2.400,00 ($445/t) e R$ 2.470,00 ($480/t) por tonelada, colocados no porto de Rio Grande, ensacadas, em lotes de 14/15% de quebrados e 7% de quebrados. Segundo os operadores consultados, o negócio foi realizado pela Euricom. Já as exportações para a Venezuela acontecem por intermédio da ACVita. Os lotes já estão no porto. As empresas fizeram posição rapidamente e se retiraram do mercado para evitar “leilão de preços”, uma estratégia que tem sido rotineira.
Ainda, segundo informações do mercado, uma empresa brasileira está tentando repassar estoques de aquisições da Ásia e EUA para terceiros países. O grão da Ásia não teve boa aceitação no mercado nacional. O produto também está no porto e é ofertado a US$ 1,00 acima do valor de internalização, mas estaria no espectro de “low quality” para o Brasil. Em outros mercados menos exigentes, poderia “andar melhor”.
Ainda preocupados com os altos valores da matéria prima, do dólar pouco valorizado e dos fretes, as tradings têm agido com parcimônia nas negociações e buscado negócios de ocasião.
Ainda assim, há demanda nos países compradores da região de interferência do Brasil e a disputa está estabelecida com Paraguai – com dificuldades de logística pela seca do rio Paraná – com o Uruguai, cujos preços estão mais altos e com a Argentina, cujo interesse na exportação não é tão grande.
Os Estados Unidos, que está prevendo uma safra até 15% menor, está preocupado carregar os navios para o Iraque. Estão confirmadas as vendas de 80 mil toneladas, mas espera-se para esta semana a confirmação de outras 40 mil toneladas enviadas pelos norte-americanos ao país árabe.
Até esta quarta-feira, o MDIC ainda não havia divulgado a balança comercial do grão em julho no Brasil.