Cada mês menor
Safra nacional acelera
tendência de queda
na lavoura de arroz
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Confirmando a expectativa setorial, a safra brasileira de arroz 2018/19 foi concluída com uma queda de 13,6% no volume colhido, apresentando o resultado final de 10,428 milhões de toneladas, segundo relatório de julho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As estatísticas mostram que a cada mês os números da colheita estão menores e consolidam os efeitos da redução de área em praticamente todos os estados, mas de forma mais substancial no Rio Grande do Sul, o maior produtor nacional. Os números oficiais indicam uma retração de 76,5 mil hectares nas lavouras gaúchas
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Os números estimados não devem sofrer grandes alterações até setembro, quando deve ser feita a última pesquisa da temporada, uma vez que apenas algumas lavouras de dimensão menos expressiva são colhidas no segundo semestre do ano no país. Na safra anterior, a colheita somou 12,06 milhões de toneladas de grão limpo e seco. O impacto da área foi decisivo na queda da produção entre as temporadas.
Segundo a Conab, foi cultivado 1,694 milhão de hectares. Desse total, 79,5% (1,347 milhão de hectares) corresponde ao cultivo irrigado e 20,5% (346,9 mil de hectares) em sequeiro. A lavoura brasileira encolheu 14,1%, ou 278 mil hectares. Para ter ideia do impacto, a área que diminuiu equivale à do Mato Grosso, Santa Catarina e Paraná juntos.
A maior extensão reduzida foi em sequeiro, confirmando a tendência das últimas décadas, mas os cultivos irrigados têm maior produtividade. A alternativa de outras culturas mais rentáveis, como soja, algodão e até cana-de-açúcar, o alto custo de produção e até problemas com doenças e qualidade de sementes têm feito muitos agricultores deixarem a lavoura arrozeira. No Sul, o advento das tecnologias para cultivo de soja em terras baixas também favoreceu a evolução desta cultura em detrimento do arroz.
FIQUE DE OLHO
Apesar dos prejuízos nas lavouras gaúchas, no país, o rendimento aumentou 38 quilos por hectare, ou 0,6%, de 6.118 quilos para 6.156. Isso porque foram abandonadas áreas menos produtivas.