Cadeia produtiva pede suspensão do PEP para o arroz

Setor quer revisão dos critérios e valor do prêmio para o mecanismo de comercialização que não está apresentando os resultados esperados de recuperação de preços.

A cadeia produtiva do arroz encaminhou nesta sexta-feira (17/12) ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, o pedido de suspensão temporária dos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) para o arroz do Rio Grande do Sul. Documento assinado pelos dirigentes das entidades representativas de produtores, indústrias e pesquisa do arroz alegam que o mecanismo de comercialização, no modelo atual, não está cumprindo seu objetivo de recuperar as cotações do cereal no mercado, em patamares pelo menos igual ao preço mínimo de garantia, de R$ 25,80 por saca de 50 quilos do produto em casca (58×10).

“Solicitamos a suspensão até que sejam revistos os critérios e o valor do prêmio para o mecanismo, que hoje não cumpre sua função e até afeta negativamente o mercado”, explica Renato Rocha, presidente da Federarroz.

Segundo ele, das 250 mil toneladas ofertadas no programa para o Rio Grande do Sul, por meio de três leilões, foram adquiridas apenas 124,7 mil toneladas (48,9%). “Nos dois últimos leilões, a demanda foi inferior a 25% da oferta”, acrescenta. O vice-presidente de Mercado da Federarroz, Marco Aurélio Tavares, destaca que tal resultado comprova que o mecanismo não é atraente devido ao valor do prêmio, abaixo do patamar de competitividade com o mercado externo. “No arroz acontece o inverso do trigo, cuja demanda dos leilões está gerando deságio e atendendo seus objetivos”, acrescenta.

A cadeia produtiva demonstra, em gráfico, uma queda de R$ 1,00 por saca desde o início dos leilões. “O mecanismo é adequado, mas o valor do prêmio está muito abaixo da realidade do mercado, criando um referencial negativo de preços. É preciso que o Ministério tenha melhor compreensão dos cenários dessa cadeia produtiva, com a nova safra se aproximando”, acrescenta Marco Aurélio Tavares.

Assinam o documento o presidente da Federarroz, Renato Rocha, além dos dirigentes do Irga, Farsul e setor industrial.

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