Campanha contra o Arroz Vermelho ganha apoio de entidades no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina

“Arroz Vermelho não pode voltar” é o tema da campanha de alerta para prevenir problemas nas lavouras nos dois Estados 2010.

Com o objetivo de assegurar a sustentabilidade e o desenvolvimento de toda a cadeia arrozeira, o Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA), a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (APASSUL), Associação dos Produtores de Semente de Arroz de Santa Catarina (ACAPSA) e as empresas Rice Tec e BASF estão implementando a campanha informativa e educativa “Todos contra o Arroz Vermelho”.

O principal objetivo da campanha é conscientizar todos os elos da cadeia produtiva sobre o problema do arroz vermelho resistente a herbicidas. “Esta campanha visa atingir todas as pessoas que de alguma forma estão envolvidas com a cultura do arroz, através de todos os meios possíveis: revendas, universidades, cooperativas, produtores, técnicos, sindicatos, federações, entidades e outras. Multiplicar a mensagem em palestras, dias de campo, experimentos e reuniões”, explica Andreas Schultz, gerente de marketing Arroz de Proteção de Cultivos da BASF.

O arroz é um dos mais importantes grãos em termos econômicos e sociais em todo o mundo. O cereal é cultivado e consumido em todos os continentes e hoje ocupa cerca de 150 milhões de hectares por ano no mundo. O Brasil está entre os dez principais produtores mundiais, utilizando dois sistemas básicos de cultivo: irrigado e de sequeiro. O primeiro, praticado em pequena ou larga escala em todo o País, predomina no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, que possuem 43% da área de plantio de arroz no Brasil e são responsáveis por 70% da produção nacional. O de sequeiro é cultivado principalmente na região centro-oeste do país.

O principal problema enfrentado pelos arrozeiros brasileiros atualmente chama-se Arroz Vermelho (Oryza sativa), considerada uma invasora de difícil controle pelo elevado grau de infestação nas áreas contaminadas. Por ser da mesma espécie do arroz cultivado, o manejo de áreas infestadas com arroz vermelho requer uma combinação de diferentes práticas culturais, sendo que uma das mais recentes alternativas consiste na utilização do Sistema de Produção Clearfield® Arroz, que combina cultivares e híbridos resistentes ao herbicida da BASF para o controle do arroz vermelho, utilizando um Programa de Monitoramento.

O Arroz Vermelho é um pesadelo para o produtor, pois além das perdas decorrentes da competição exercida pela invasora devem ser consideradas as perdas indiretas.

– A infestação provoca elevação do custo de produção, depreciação do valor comercial das áreas de cultivo e comercial do produto colhido, desgaste do equipamento e diminuição da capacidade de geração de empregos no campo e na agroindústria. São prejuízos que afetam toda a cadeia produtiva. No passado o arroz vermelho inviabilizou 20% das lavouras no RS, atualmente corresponde a 1,4 milhões de toneladas ou aos preços atuais equivalente a R$ 970 milhões – explica Valmir Menezes, diretor técnico do Irga.

A campanha terá algumas recomendações importantes para evitar o arroz vermelho nas lavouras gaúchas.

– Primeiramente, todos precisam entender que a disseminação do arroz vermelho resistente é um grande problema que tem que ser enfrentado e que a semente é uma das principais vias de disseminação. Portanto, os produtores de arroz só devem utilizar semente certificada – diz Narciso Barrison Neto, presidente da APASSUL.

Para o sucesso da campanha é necessário que todos estejam comprometidos para assegurar que as lavouras de arroz fiquem livres dessa planta daninha.

– A BASF participa da campanha imbuída do seu compromisso com os produtores brasileiros, bem como com seus clientes, parceiros e com o consumidor final. Vale ressaltar a importância de conscientização para o uso de herbicida registrado, nas doses recomendadas, manejo de água e observar o controle de escapes, buscando a sustentabilidade do setor – diz Airton Leites, gerente de projeto Clearfield de Proteção de Cultivos da BASF.

Segundo o pesquisador José Alberto Noldin da Epagri/SC o arroz vermelho constitui-se na principal causa de redução de produtividade das lavouras do arroz irrigado, em Santa Catarina.

– O controle eficiente do arroz vermelho deve passar, obrigatoriamente, pelo uso de sementes livres da planta daninha, o que é garantido através do uso de sementes certificadas – explica Noldin.

– O uso de grãos como sementes ou de “sementes piratas” põe em risco todo o trabalho desenvolvido nos últimos 25 anos pela Epagri, Sindarroz-SC e a ACAPSA (Associação Catarinense dos Produtores de Sementes de Arroz), no sentido de melhorar a qualidade das sementes utilizadas pelos produtores – complementa.

Segundo Noldin, o uso inadequado do sistema Clearfield vai resultar em arroz vermelho resistente a herbicidas e na perda da única alternativa disponível no mercado para o controle dessa erva daninha em lavouras de arroz irrigado”, esclarece Noldin.

A campanha foi lançada na Abertura da Colheita, que acontece de 5 a 7 de março, em Cachoeirinha – RS e divulgada ao longo dos próximos dois anos.

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