Carregamentos de arroz do Uruguai chegarão ao Equador em setembro

 Carregamentos de arroz do Uruguai chegarão ao Equador em setembro

(Por El Universo) A importação de arroz pelo Equador finalmente acontecerá e terá origem do Uruguai. Até o final desta semana e início da próxima deve ocorrer o primeiro embarque de arroz uruguaio com destino ao Equador, que viria por via marítima. A primeira cota aprovada é de até 15 mil toneladas de arroz branco, segundo o presidente da Corporação dos Industriais de Arroz do Equador (Corpcom), Juan Pablo Zúñiga.

A compra do cereal no mercado internacional ocorreu depois que, em meados de junho, o ministro da Agricultura, Eduardo Izaguirre, anunciou que a medida foi tomada para garantir a soberania alimentar do país, mas foi criticada pelos agricultores, que indicaram que têm produção suficiente para fornecer.

Além do Uruguai, Colômbia, Argentina e Brasil também estão entre as opções de fornecedores; no entanto, o vizinho do norte foi descartado, enquanto os últimos continuam como alternativas, e a estas se somam o Paraguai e os Estados Unidos, segundo Zúñiga.

Em julho passado, o Uruguai, por meio de comunicado, informou que o Equador melhorou as condições tarifárias para poder exportar o grão de uma “cota total de 63.246 toneladas, até 31 de dezembro de 2023”.

Segundo Zúñiga, desde a semana passada o Ministério da Agricultura (MAG) começou a aprovar as licenças das diferentes empresas que solicitaram a importação do arroz branco.

Da pasta do Estado indicaram que neste momento existem dez empresas que têm licenças de importação aprovadas e que há mais que estão em processo de revisão da documentação para serem habilitadas como importadoras. Além disso, 6.910 toneladas foram aprovadas para importação.

Do primeiro contingente de 15.000 toneladas de arroz beneficiado, mais ou menos 50%, ou seja, uma média de 7.000 toneladas, é para os associados da Corpcom; enquanto quase a outra metade, para outras processadoras, segundo Zúñiga.

O primeiro embarque para a Corpcom, que seria no final desta semana ou início da próxima, seria de aproximadamente 2.000 toneladas. Para o processo de embarque, a documentação foi enviada ao fornecedor no Uruguai, para que lá realizem o processo de exportação, que leva mais ou menos dez dias.

O arroz será trasladado por via marítima, o que levará mais ou menos 25 dias, pelo que se prevê que chegue no final de agosto e início de setembro. Zúñiga esclareceu que as 15 mil toneladas não virão em uma única viagem, mas parcialmente em pelo menos quatro viagens.

Assim que chegar, ela receberá um novo processo para poder homogeneizá-la com a produção nacional. Estima-se que o arroz importado comece a ser visto nas lojas e supermercados em meados de setembro.

Estes são os preços do arroz nos países da América do Sul

Zúñiga indicou que, após a importação destas 15.000 toneladas de arroz, pediram ao MAG que aprovasse a importação de arroz em casca, matéria-prima de que os engenhos necessitam para continuar a trabalhar e garantir o trabalho gerado.

“Estamos em negociações com a Agrocalidad e o MAG para aprovar os acordos fitossanitários com outras origens, que incluem os países do Mercosul, Brasil, Paraguai; É por isso que também temos uma alternativa com os Estados Unidos. Então, estamos considerando várias opções, todas que estão à mão”, explicou.

Indústria vai absorver toda a safra dos produtores

Os produtores se opuseram fortemente à importação e, em resposta a isso, Zúñiga indicou que eles têm todo o direito de não concordar com a compra  no mercado internacional; no entanto, ele considera que a importação é uma medida para evitar o desabastecimento. “Somos solidários com a questão dos produtores”, afirmou. O que Zúñiga garante aos produtores é que toda a colheita que tiverem será absorvida pelas indústrias a um preço justo. “Espero que não tenhamos que importar e que a produção esteja normal, mas medidas preventivas devem ser tomadas”, afirmou.

Segundo o chefe da Corpcom, eles têm informações de que apenas 60% da área normalmente plantada foi semeada em certas áreas e, dada a probabilidade do fenômeno El Niño, acredita que desses 60% não será possível para colher tudo, e com esse cenário a produção cairia consideravelmente até o final deste ano e a situação seria pior em 2024.

“A situação é bastante crítica. Obviamente, não temos a certeza do que pode acontecer, mas com as informações que temos de entidades nacionais e internacionais sobre o que pode acontecer com o El Niño e com a experiência do que aconteceu há 25 anos atrás, houve necessidade de importar.”, disse.

Ele enfatizou que há uma queda na produção mundial de arroz, e isso fez com que a Índia, que é o maior exportador de arroz do mundo, para garantir sua segurança alimentar, tenha fechado suas exportações de certas qualidades. “Se tivermos o maior exportador do mundo parando de exportar, isso causa uma movimentação no mercado. Então, o importante é que aqui as decisões sejam tomadas em tempo hábil para podermos negociar, pelo melhor preço possível, e também ter o grão disponível quando precisarmos”, afirmou.

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