Carta ao leitor
Toda vez que a opção humana sobrepuja a lógica, sérios riscos surgem para o sucesso da empreitada. A burocracia de Brasília tem enorme dificuldade de aceitar o mecanismo simples do quão prejudicial é para a tarefa nacional de produzir arroz a importação do mesmo produto de redutos onde o trabalho escravo é quase uma regra do cotidiano.
O próprio Governo, em seus escalões autocráticos, onde as decisões são tomadas sem instância de recurso, não vê na produção da terra a saída para a diminuição da marginalidade social. É apenas uma âncora para o plano de estabilização econômica.
O campo, entretanto, reage com a dignidade de sua força motriz e com a paciência e dinamismo próprios de quem enfrenta o tempo e respeita as estações do ano para fazer de seu ofício um instrumento de alavancagem de sua comunidade e o sustento da família.
O campo aposta na tecnologia, faz novas descobertas, estuda o mercado, apronta diagnósticos e confia, sempre, na capacidade de seus meios.
O insumo humano do campo, assim, supera os obstáculos criados pelo insumo humano de Brasília. Ainda há gente de honra e força no campo. E é para mostrar o papel deste insumo humano que o Planeta Arroz chega às suas mãos, leitor. Acompanhe nas próximas páginas.