Casca de arroz facilita a criação de suínos

Além de dispensar a limpeza e evitar o mau cheiro e as moscas, material garante o aproveitamento de todo o esterco gerado como adubo para a horta.

Um chiqueiro de porcos que não precisa ser limpo, não atrai moscas, não gera mau cheiro e ainda fornece, ao agricultor, esterco de sobra para a adubação da horta. Esse é o resultado da utilização da casca de arroz como cama, técnica descoberta no interior de Vera Cruz/RS. O material ainda diminui os custos do produtor rural na hora de construir as instalações para os animais, já que dispensa o piso de cimento, e evita que os dejetos sejam carregados para os arroios com a água da chuva.

A prática é uma variação do uso da maravalha. Esta, devido ao tratamento da madeira com substâncias químicas – contra os cupins –, passou a provocar alergia nos porcos. Além disso, era adotada por grandes criadores. Agora, conforme o técnico agrícola Welton Weber, do escritório da Emater/RS-Ascar no município, a idéia é introduzir a cama de casca de arroz nas pequenas propriedades.

“Nós tínhamos o chiqueiro tradicional: com piso e uma parte descoberta. Quando chovia, todo o esterco era levado embora”, conta a agricultora Dulce Schindler, da localidade de Vila Progresso. “Hoje, não se perde nada”, conclui, acrescentando que o húmus resultante da utilização da casca de arroz é fantástico. A comprovação está no viço da horta. Para a família, que além da fumicultura vende seus produtos na feira rural, a técnica se mostrou uma mão na roda.

Para um bom resultado, deve-se usar uma camada de 70 centímetros de casca de arroz no chiqueiro, diretamente sobre o solo. A cada seis ou oito meses, partes do material – aquelas em que houver maior concentração de esterco – devem ser substituídas. A quantidade retirada pode ser armazenada sob uma lona e, depois de alguns dias, já está pronta para ser usada como adubo. A experiência deu tão certo que a Emater já recomenda a casca de arroz para galinheiros e estrebarias. “O produtor não dispõe de tempo para a limpeza dessas instalações”, afirma Welton Weber.

Além do aspecto higiênico, econômico e ambiental, dona Dulce ressalta que os animais estão contentes com a cama de casca de arroz. “Ficam menos estressados”, afirma. No inverno, segundo ela, o material ajuda a protegê-los do frio. Os Schindler costumam ter de quatro a cinco porcos na propriedade.

Conforme Welton Weber, ainda são poucos os que aderiram à prática. Essa realidade deve mudar em breve, se depender da propaganda feita por dona Dulce para os vizinhos.

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