CE pede dados aos EUA sobre arroz modificado não-autorizado

Variedade transgênica estaria sendo comercializada de forma irregular.

A Comissão Européia (CE, órgão executivo da União Européia) pediu mais dados ao Governo dos Estados Unidos sobre o surgimento de um arroz geneticamente modificado não-autorizado para o consumo humano, entre os envios de arroz de grão longo prontos para comercialização.

A descoberta foi comunicada na sexta-feira passada à CE pelo secretário do Departamento de Agricultura dos EUA, Mike Johanns, afirmou hoje a Comissão Européia em comunicado.

A variedade não autorizada é fabricada pela sociedade alemã Bayer CropScience e – segundo o Governo dos EUA – seu aparecimento entre envios de arroz pronto para o consumo não representa nenhum perigo para a saúde humana, nem para o meio ambiente.

No entanto, o Japão suspendeu cautelarmente a importação de arroz procedente dos EUA, e a organização ecológica Greenpeace defendeu hoje um “embargo global” contra este produto.

A Comissão Européia anunciou que solicitará hoje mesmo às autoridades americanas mais informações sobre o caso, em particular sobre como detectaram o produto e a avaliação de riscos que fizeram.

Além disso, a CE convocou uma reunião, também para hoje, a representantes da empresa fabricante, uma divisão da multinacional alemã Bayer.

– Como no passado, a Comissão Européia garantirá que nenhum produto geneticamente modificado sem autorização chegue ao cidadão europeu – afirma o comunicado.

O Greenpeace reivindicou hoje um “embargo global” às importações de arroz dos EUA, com o objetivo de proteger o consumidor de um produto que, segundo a organização, não tem autorização nem “para consumo, nem para cultivo em nenhum lugar do mundo”.

– Este último escândalo de contaminação mostra novamente que a indústria dos produtos geneticamente modificados é incapaz de controlá-los – afirmou o responsável da campanha do Greenpeace sobre os transgênicos, Jeremy Tager.

– Os países que importam arroz americano, como a UE, México, Brasil e Canadá, devem agir com seriedade para prevenir que a ameaça alcance a cadeia alimentar, proibindo qualquer importação de arroz geneticamente modificado, retirando qualquer produto contaminado dos supermercados e rejeitando os pedidos para um cultivo comercial do arroz – disse Tager.

Na opinião do Greenpeace, as autoridades responsáveis em cada país deveriam também iniciar uma investigação para averiguar se esta ou outra variedade de produtos geneticamente modificados da Bayer contaminou produtos alimentícios

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