Chegada das férias acomoda cotações até a safra

 Chegada das férias acomoda cotações até a safra

Produtores estão mais preocupados com o manejo das lavouras

Preços andando de lado e expectativas de preços baixos no primeiro semestre de 2018 ditam o ritmo do mercado de arroz neste final de ano.

Com a semeadura praticamente encerrada no Rio Grande do Sul e uma área plantada ligeiramente acima da intenção de plantio – mesmo com algum atraso e algumas dificuldades de emergência pontuais – a safra 2017/18 não terá reação de preços por baixa produtividade e produção. Este fator, associado à tradicional queda de consumo em dezembro, janeiro e fevereiro, esfriou o mercado gaúcho e fez as cotações andarem de lado, oscilando entre R$ 37,40 e R$ 37,45 nos últimos dias.

Depois de mostrar pequena reação em novembro, de 1,25%, o indicador de preços do arroz em casca (50kg/58×10) no Rio Grande do Sul, Esalq/Senar-RS mantém trajetória oscilante em dezembro. Chegou a uma valorização de 0,75%, ou R$ 37,49 na semana passada, mas se reacomodou na casa dos R$ 37,43 por saca nesta segunda-feira, dia 11 de dezembro, com 0,59% de valorização acumulada no mês. Mantida a tendência, deve alcançar perto de 1,2 a 1,3% também em dezembro. Em dólar os preços médios recuaram para US$ 11,35, equivalência a 50 quilos em casca.

No mercado livre gaúcho os preços médios são mantidos entre R$ 37,00 e R$ 37,50 na maioria das praças, com aquisições por parte de pequenas e médias empresas, de pequenos lotes, travados em R$ 38,00 a R$ 38,50 para o final de janeiro. Abastecidas até o início de abril, as grandes indústrias aguardam a oferta do Mercosul – o Paraguai já colhe as primeiras lavouras – e a pressão de venda e pagamento dos financiamentos diretos para novas aquisições.

O mercado é movimentado por empresas de menor porte e até algumas compras de indústrias do Tocantins, Goiás e Mato Grosso no Rio Grande do Sul nos últimos dias, que precisam manter o giro de seus produtos e os espaços nas gôndolas dos supermercados em fevereiro e março. O agricultor ainda mostra-se recuado e parte dos produtores ainda finaliza o plantio da soja em várzea.

Com o atual perfil da economia, do câmbio e da relação entre os preços internos e externos, a tendência é de que o primeiro semestre de 2018 mantenha as cotações abaixo dos R$ 40,00. A boa notícia é que em 1º de março entra em vigor o novo preço mínimo do arroz, de R$ 36,00 por saca no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que deve estabelecer este valor como piso.

Hoje a Conab deve publicar o seu primeiro levantamento com expectativa mais direcionada à previsão da safra de grãos. Até então operou com limites mínimos e máximos.

CONMASUR

A Confederación de Molinos Arroceros del Mercosur – Conmasur, anunciou na semana passada em sua reunião que os estoques do Mercosul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai) devem totalizar 1,87 milhão de toneladas métricas (equivalente a arroz em casca) em 28 de fevereiro de 2018. Deste total, o Brasil deve representar 1,53 milhão de toneladas, enquanto os estoques de passagem da Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile são previstos em 99.423, 76.205 MTS, 91.100 e 48.200 toneladas, respectivamente.

A previsão é de que a produção argentina de arroz em casca diminua 3,2% na temporada 2017/18, para 1,09 milhão de toneladas. A produção de arroz brasileiro também deve diminuir 7%, para 11,5 milhões de toneladas métricas. A safra uruguaia de arroz deve cair 8,1% para 1,25 milhão de t. No entanto, prevê-se que a produção paraguaia cresça 10,7%, para 930.000 toneladas 2017/18.

O Brasil seguirá sendo o maior consumidor global de arroz fora da Ásia, devendo importar 1 milhão de toneladas de arroz em base casca em 2017/18, que é 3,9% menor do que em 2016/17. As exportações deverão aumentar em 25% no mesmo período para 1 milhão de toneladas. Ao mesmo tempo os embarques de arroz argentino deverão crescer também, em 7,7%, para 500 mil toneladas, e as exportações paraguaias também deverão aumentar em 6% durante esse período para 791 mil toneladas.

No entanto, as exportações uruguaias 2017/18 deverão diminuir 4,8% no ano para 1,17 milhão de toneladas métricas.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica preços médios de R$ 37,30 para o arroz em casca negociado no Rio Grande do Sul. O produto beneficiado em sacas de 60 quilos (branco, tipo 1) é cotado a R$ 78,00 sem ICMS, no estado gaúcho. Enquanto isso, quirera (R$ 43,00), canjicão (R$ 51,00) e farelo de arroz (R$ 360,00/t) mantiveram as cotações da semana.

PREÇO AO CONSUMIDOR

Os preços do arroz ao consumidor continuam caindo, embora em patamares menores do que o registrado ao longo do ano. Dependendo da marca, da cidade e da empresa, há variedades sendo comercializadas abaixo de R$ 8,00 por cinco quilos do tipo 1, branco. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina há muitos negócios e ofertas nestes patamares, embora a média de preços fique na faixa de R$ 11,00 a R$ 11,99.

2 Comentários

  • É o triste fim de uma cultura que gera milhares de empregos mas que infelizmente assim como trigo é mais caro produzir no Brasil que em outros países .
    Se as previsões baseadas concretizarem vai haver uma quebradeira geral e debandada para outra cultura como soja , acho que chegou ao limite , nenhuma atividade resiste a tantos anos com preços abaixo do custo , boa sorte para quem quiser continuar insistindo em 2018.

  • Pelo visto insistiram…Mais de 1 milhão de hectares plantados…Parabéns…

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter