China desenvolve o “arroz do mar”
(Por Planeta Arroz, com agências) A China anunciou que está reescrevendo o futuro da agricultura com uma iniciativa ousada e promissora: o cultivo de arroz em solos salinos, submerso durante a maré alta e exposto na maré baixa (planícies de maré), e em áreas próximas ao litoral que têm alta concentração de sal e alcalinidade, consideradas impróprias para agricultura convencional (Zonas costeiras salino-alcalinas). Isso porque os cientistas do Centro de Desenvolvimento de Arroz Tolerante a Salinos e Alcalinos de Qingdao, então liderados pelo engenheiro agrônomo Yuan Longping, conhecido como o “pai do arroz híbrido”, enviaram as sementes do grão ao espaço na missão Shenzhou XIV, e ao retornar, desenvolveram fizeram testes que levaram ao desenvolvimento das variedades de arroz produtivo nas planícies de maré e zonas costeiras, e o denominaram de “arroz do mar”.
Em apenas quatro anos, o centro de pesquisas conseguiu plantar arroz em 6,67 milhões de hectares de solo salino, alcançando uma produtividade recorde de 698,4 quilos por MU, ou seja, 0,067 hectare. Isso equivale a 15 x 698,5 por hectare, ou 10.476 quilos, volume que é, por exemplo, 1.422 quilos maior do que o recorde de produtividade alcançado pelo Rio Grande do Sul na última safra, em 9.044 quilos por hectare. Agora, projetam transformar mais de 100 milhões de hectares de terras salinas em áreas férteis, reduzindo a dependência de água doce e oferecendo uma alternativa sustentável para regiões com escassez hídrica.
O impacto é global. Países como os Emirados Árabes Unidos já iniciaram parcerias com cientistas chineses para adaptar o arroz salino às suas regiões áridas. E no platô Qinghai-Tibet, a 2.800 metros de altitude, os testes foram bem-sucedidos. No entanto, os chineses não conseguiram tão bons resultados nos testes de cocção e degustação por parte dos consumidores. Os testes prosseguirão.


