Chuva atrasa colheita de arroz no RS
Nesta época do ano, o arroz já deveria estar repousando nos armazéns enquanto as colheitadeiras deslizassem pelo campo.
Arroz na lavoura e máquinas no galpão. O normal seria o inverso. Nesta época do ano, o arroz já deveria estar repousando nos armazéns enquanto as colheitadeiras deslizassem pelo campo. Mas a chuva que permanece sobre o Rio Grande do Sul atrasa o trabalho dos agricultores gaúchos.
O tempo fechado e as precipitações provocam o acamamento do arroz, prejudicam as estradas de terra utilizadas para escoar a safra e mantêm úmida a planta, impedindo a colheita. Em pontos isolados, como em Torres e nos arredores de Tapes, 24 mil hectares já registram perdas – em seis mil deles, o prejuízo é total, devido a pancadas mais fortes.
– O problema todo é a chuva, que pelo menos tem se manifestado de maneira localizada. Mesmo assim, a perspectiva é de uma safra semelhante à anterior – avalia Maurício Fischer, presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
Conforme o Irga, cerca de 50% do arroz produzido no Estado foi colhido. O percentual se aproxima da situação na região de Pelotas, onde o trabalho já deveria estar finalizando. Na lavoura de Luiz Rechsteiner, no interior do município, as máquinas estão paradas.
– Deveríamos estar com as colheitadeiras ligadas entre oito e 10 horas por dia, mas só conseguimos trabalhar no máximo cinco horas. O atraso é geral. Por enquanto, não houve prejuízo, mas se continuar assim pode comprometer a qualidade. O arroz está pronto – descreve Rechsteiner.
Conforme o boletim climático do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas, as dificuldades para finalizar a colheita do arroz vão continuar. Os índices de chuva devem permanecer pouco acima do padrão normal nas regiões Sul e Sudoeste, onde se concentra o cultivo no Estado.