Chuva na Argentina e no Brasil quebra ciclo de alta dos grãos
Certas áreas do Brasil, especialmente na região Sul, deverão receber o triplo da quantidade normal de chuva nos próximos sete dias.
Os preços dos grãos recuaram ontem de forma generalizada na Bolsa de Chicago (CBOT), diante da perspectiva de que as chuvas deverão contribuir para recuperar as lavouras, que vinham sendo fortemente prejudicadas pela seca prolongada que se prolongou por mais de 60 dias na Argentina e no Brasil, maiores países exportadores mundiais das commodities depois dos Estados Unidos.
As cotações do trigo caíram 2,8% ontem, para 591 centavos de dólar o bushel, queda de 17 pontos em relação ao dia anterior. O preço do milho caiu 0,7%, para 381,75 centavos de dólar o bushel, 2,75 pontos abaixo da cotação do dia anterior. A soja recuou para 977,75 centavos de dólar o bushel, 12,25 pontos abaixo do resultado do dia anterior.
Alguns campos da Argentina poderão ser umedecidos por chuvas cujo índice deve chegar a 25 milímetros em duas tempestades na próxima semana, segundo alguns institutos de meteorologia locais. Essas precipitações deverão atenuar os efeitos da seca, segundo informou Allen Motew, meteorologista da QT InformationSystems de Chicago.
Clima ameno
O mesmo deve ocorrer em certas áreas do Brasil, especialmente na região Sul, que também deverão receber o triplo da quantidade normal de chuva nos próximos sete dias, em relação às médias históricas, segundo afirmam os meteorologistas.
As temperaturas mais frias que o normal também deverão contribuir para reduzir a evaporação, acrescentou Motew.
– O tempo muda para mais chuvoso e mais frio, e isso irá reduzir os preços – disse Jim Riley, analista de mercado e corretor no Linn Group em Chicago.
O mercado não pode ignorar os prognósticos benéficos do clima. Os preços também recuaram devido ao temor de que a demanda por alimentos, rações animais e combustível, relativa as duas colheitas, irá regredir à medida que a deflação erode os ganhos dos produtores agrícolas.