Cinco demandas arrozeiras emergenciais para Dilma Rousseff

Presidente da República receberá as demandas setoriais de emergência das mãos do governador Tarso Genro neste sábado.

Dirigentes da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul, do Irga e da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio elaboraram na tarde desta sexta-feira o documento que será entregue neste sábado à presidente da República, Dilma Rousseff, pelo governador Tarso Genro. Nele constam cinco demandas emergenciais para o setor arrozeiro, que vive grave crise de comercialização com preços de mercado inferiores ao mínimo de R$ 25,80 por saca. Uma demanda estadual foi incluída no documento, para o governador Tarso Genro.

O setor arrozeiro e o governo gaúcho solicitam à presidente Dilma Rousseff que seja sensível e autorize imediatamente que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento adote as seguintes medidas: credenciamento emergencial de armazéns no Rio Grande do Sul para pessoas físicas; apoio à comercialização de 900 mil toneladas, via Pepro, com limite de 300 mil t por mês; aumentar o volume das doações humanitárias internacionais anuais de 100 mil toneladas para 500 mil toneladas dos estoques públicos; liberação de R$ 100 milhões urgentemente para 170 mil toneladas de arroz da orizicultura familiar, via Programa de Aquisições de Alimentos (PAA) que cota a R$ 29,17 a saca de 50 quilos; e inclusão da orizicultura no Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF), que garante o rebate da diferença entre os valores recebidos a menos e o preço mínimo ao custeio.

Ao governo do Estado foi encaminhada apenas a demanda de atualização da pauta do ICMS do arroz beneficiado, que propõe a redução de R$ 68,00 para R$ 58,00 na saca de 60 quilos e de R$ 35,00 para R$ 30,00 ao fardo de 30 quilos. O Estado já havia reduzido a pauta do arroz em casca, mas atualmente 80% do arroz gaúcho que cruza as fronteiras por Santa Catarina é beneficiado.

Ao mesmo tempo, o secretário Estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, anunciou para a Federarroz que o governo estadual enviará para a Assembléia Legislativa um projeto de lei que prevê a atualização, sempre no primeiro dia do mês, da pauta do arroz pelo preço de mercado. Além disso, o Estado anunciou que vai realizar um estudo conjunto com a cadeia produtiva para criar políticas estruturantes à lavoura arrozeira. Uma das grandes demandas setoriais é a redução da carga tributária.

“Enquanto esperamos medidas estruturantes, diante da atual situação, precisamos que estas medidas emergenciais se somem urgentemente aos mecanismos já disponibilizados que ainda não conseguiram garantir ao menos os preços mínimos ao mercado do arroz no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina”, argumentou Renato Rocha, presidente da Federarroz.

5 Comentários

  • A situação que passa os arrozeiros é muito séria. Acreditar que essas tímidas intervenções do governo federal mudará a situação é o mesmo que acreditar em papai noel, duendes, etc. Diante de uma expectativa de elevação na inflavação, principalmente provocada pelos alimentos e commodites, não é de se esperar que este governo queira realmente uma subida nos preços do arroz, embora somente para garantir o preço mínimo. O mercado não acredita em elevação de preço deste produto e por isso pressiona as cotações, empurrando cada vez para baixo. J passa da hora das associações se movimentarem de forma mais efetiva.

  • Esta situação por que passa a comercialização do arroz via produtor-indústria tem nome: Crise deflacionária. Para se ter uma idéia, a famosa crise Americana de 1929 teve como uma das causas principais a queda gradativa dos preços dos produtos como consequencia de um elevado ganho de produção e produtividade. A administração científica alavancou a produtividade na época de tal forma que havia mais oferta que demanda. Os EUA também perderam mercado na Europa, pois os países ja haviam recuperado a capacidade produtiva perdida com a 1. guerra. O resultado das constantes reduções de preço para desovar os estoques teve como consequencia o maior colapso economico da história da era moderna.

  • TE MEXE MUITO MAIS ARROZEIRO!!! Como dizem eles, vamos a luta companheiro porque sem trancar o arroz que entra do Mercosul nada vai adiantar…nada mesmo…e isso eu não vi nas 5 propostas acima…como bem relatou o amigo luiz roger, a indústria sabe que o governo não vai deixar a inflação subir e quem vai pagar o pato somos nós…esperar pelos nossos companheiros é esperar por soluções que talvez nunca venham…falta mais empenho de classe…luta e pressão…entendo que estamos na colheita ainda e que a maioria dos produtores estão envolvidos com suas tarefas, mas temos que pensar o amanhã e afastar essa nuvem nebulosa que paira sobre nós…Se não querem fazer o dólar subir, que pelos menos tranquem as importações por 1 ano no mínimo…dai sim a cobra ia fumar!!!

  • Medida emergencial é começar a fazer barreira em tudo que é lugar impedindo a venda de Arroz pelo Simples nacional que é a maior Sonegação de impostos que existe, pois tem milhares de Picaretas de mercado vendendo arroz a R$ 50,00 CIF SP nessa modalidade, dai da pra se entender a tamanha paradeira do mercado, e ninguém faz nada… não pagam nenhum centavo de imposto dai fica fácil… 50,00 – 8,00 de frete = 42,00 arroz beneficiado… e por ai vai… só falcatrua nesse pais…

  • Não acredito mais em melhores cotações, pois estamos enfrentando uma concorrencia desleal com os países do Mercosul pressionando cada vez mais nossos preços para baixo, oque deve ser feito emergencialmente é fiscalizar a entrada do arroz de fora como fazem com os insumos e subsidiar os produtores com isenção de impostos para tornar-mos mais competitivos, a meu ver o governo nao vai permitir que o preço se eleve muito pois oque querem é comida barata para ganhar popularidade e consequentemente conquistar os votos da classe baixa que é a grande consumidora de arroz, e no final quem paga a conta e subsidia as campanhas eleitorais são os produtores, pois pagamos horrores de impostos, impostos esses que estão nos sufocando a cada ano que passa.
    Outro agravante ainda, é que a grande maioria da produção é de consumo interno, diferentemente das outras commodities agrícolas como soja e milho por exemplo tem muita demanda do mercado externo.
    Nem o movimento TE MEXE ARROZEIRO fez com que nossos parlamentares tomassem vergonha na cara.

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