Clearfield nas alturas

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Dia de Campo: interação entre o produtor e a tecnologia nos campos do Tocantins

Embrapa lança a BRS A504CL para terras altas

Uma das principais tecnologias desenvolvidas para a orizicultura nos últimos 20 anos finalmente foi embarcada em cultivares de terras altas destinadas ao Cerrado brasileiro. A Embrapa Arroz e Feijão lançou em abril a cultivar de arroz de terras altas ou de sequeiro, BRS A504 CL, que visa se integrar aos sistemas produtivos dessa região nacional. O material indicado ao bioma Cerrado contém a tecnologia Clearfield® da Basf, que confere resistência a herbicidas do grupo das imidazolinonas, além de ser efetiva no controle das plantas daninhas.

A BRS A504 CL é uma opção ao agricultor do Cerrado brasileiro, adaptável a sistemas integrados de produção em rotação de culturas, inclusive em plantio sob pivô de irrigação, em áreas de cultivo intensivo com soja, milho e feijão ou com hortaliças, como alho e cebola. A nova cultivar possui potencial de alcançar uma produtividade de cerca de 8 mil quilos por hectare, além de ter a resistência às principais doenças que afetam a lavoura arrozeira.

Um grande destaque do material é o stay green, que é a capacidade de as plantas permanecerem verdes no período da colheita, que além de auxiliar na extensão do prazo para a colheita do produto do campo, proporciona maior tolerância ao acamamento, grande problema que afeta a cultura do arroz.

O lançamento da cultivar chega em um momento oportuno ao setor produtivo. Estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Embrapa apontaram que a área plantada com arroz sob pivô de irrigação em 2022/2023 passou de três mil hectares para 15 mil hectares. Essa é uma tendência de crescimento e uma situação inédita para Goiás.

Potencial industrial
A BRS A504 CL é atrativa para as indústrias, pois tem alto percentual de 65% de rendimento de grãos inteiros no beneficiamento, uma característica muito desejada para a classificação do grão para tipo 1 ou linha premium no pacote, um produto mais valorizado pelo mercado. “Esperamos que a cultivar faça parte dos sistemas de produção e que possamos voltar a produzir aqui mesmo, em Goiás, o arroz que é consumido em nosso estado”, apontou o chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Elcio Guimarães.

Segundo o pesquisador da Embrapa, Adriano Castro, o objetivo do melhoramento genético é trazer soluções tecnológicas para subsidiar o setor produtivo e, possivelmente, políticas públicas sobre o potencial do arroz de terras altas diante de diferentes cenários e regiões do país.

“A nossa ideia é inserir o arroz de terras altas no sistema de produção da forma mais eficiente possível, mais sustentável possível e nas diversas configurações que o mercado está nos mostrando. Buscamos posicionar o arroz como opção junto com outras culturas em rotação em sistemas integrados, no sentido de que, ao final do ano agrícola, a gente produza mais em menos tempo usando menos insumos”, afirmou.

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