Clima afeta mercado mundial

 Clima afeta mercado mundial

Safra mundial será maior no ciclo 2010/11. Preços internacionais se elevam por perdas na Ásia.

O comportamento climático está afetando em cheio a safra mundial de arroz e, por consequência, determinando a elevação dos preços internacionais. Perdas significativas ocorridas em razão do excesso de chuvas ou por seca na Ásia determinaram a reação das cotações internacionais a partir de setembro. O analista do mercado internacional do arroz Patrício Méndez del Villar, do Cirad francês, afirma em seu relatório mensal InterArroz que as incertezas persistem sobre a oferta futura devido às más condições climáticas que afetaram regiões arrozeiras como o Delta do Mekong, no Vietnã, afetado por uma seca, e o norte do Paquistão, que passou por uma das piores inundações da sua história. 

Apesar das perdas significativas, Méndez del Villar tranquiliza o mercado: “Apesar das perdas, as disponibilidades dos grandes exportadores mundiais são suficientes para responder às necessidades globais de importação”, avisa. Portanto, esse ciclo de alta das cotações internacionais deve ser mais moderado do que o previsto. “Do final de setembro ao final de outubro os preços do arroz norte-americano aumentaram significativamente. O Brasil não teve maior intervenção no mercado internacional porque a valorização do real perante o dólar retira a competitividade do nosso produto no mercado mundial”, avisa Élcio Bento, analista de Safras & Mercado. 

Em seu relatório mensal InterArroz de outubro, Patrício Méndez del Villar diz que as estimativas de produção mundial 2010/11 indicam uma alta de 3% na safra em comparação com 2009/2010. Em 2010 as colheitas ficarão ao redor de 700 milhões de toneladas de arroz em casca (467 milhões de toneladas de arroz beneficiado), contra 682 milhões de toneladas em 2009. Esta progressão se deve principalmente à recuperação da produção na Índia aos níveis de 2008. Nos demais países as perspectivas são favoráveis à safra em razão das boas condições climáticas.

COMÉRCIO
Em 2010, apesar das limitações na Índia e da redução significativa das exportações paquistanesas, as projeções de comércio mundial apontam um leve incremento para 31,7 milhões de toneladas, contra 30 milhões de toneladas em 2009, graças às reservas exportáveis da Tailândia e do Vietnã. Os estoques mundiais, terminando em 2009, aumentaram 12%, para 124 milhões de toneladas, contra 111 milhões de toneladas em 2008. Estas reservas representam 28% das necessidades do mundo. Em 2011 os estoques internacionais devem aumentar 6,4%, para 133 milhões de toneladas.

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