Clima afeta safras do Mercosul
La Niña trouxe mais benefícios que danos às lavouras de arroz.
O recorde produtivo do Mercosul, que colheu 17,33 milhões de toneladas de arroz na temporada 2010/11, está baseado no melhor desempenho da história das lavouras do Brasil e da Argentina. Uruguai e Paraguai tiveram quebra de safra por interferência do clima, principalmente estiagem em estratégicas zonas de produção. Analisando o conjunto das safras dos países vizinhos, percebe-se que a área aumentou, mas as produtividades e o resultado de safra ficaram abaixo do potencial inicialmente previsto.
A área de Argentina, Paraguai e Uruguai aumentou 0,9%, passando de 436 mil hectares para 440 mil, mas a estiagem afetou a produtividade, que caiu 13,1%, de 6.580 quilos por hectare para 5.717 quilos por hectare. Com isso, segundo relatório da Safras & Mercado, houve uma redução de 7,4% na produção conjunta destes três países, de 2.982 mil toneladas na safra 2009/10 para 2.760 na atual temporada. Este desempenho também afetará o total de excedentes exportáveis, que cairá 11,7%, de 2.140 mil toneladas para 1.890 mil.
Entre os países, o destaque é o recorde de produção da Argentina. Os produtores argentinos colheram 1,72 milhão de toneladas, com crescimento de 38,7% sobre o ano anterior, quando o clima afetado pelo fenômeno El Niño gerou perdas. A produção foi 3,7% maior do que o recorde anterior, de 1,658 milhão de toneladas, obtido em 1998/99. A área plantada cresceu 16,5% entre a temporada passada e a atual, ocupando 256 mil hectares.
Para a próxima safra, a consultoria prevê um aumento mais substancial na área destes países, para 531 mil hectares, ou 20,8%, e 7,5% em produtividade, para 6.144 quilos por hectare. Assim, a produção deverá alcançar 3.634 milhões de toneladas, um crescimento de 31,6%. As exportações dos três países devem somar 2.355 mil toneladas, ou 24,6%, segundo a Safras & Mercado.