Clima chuvoso no RS aponta para maior incidência de doenças no arroz

Em arroz, de modo geral, as variáveis meteorológicas apresentam certa relação com a incidência de doenças. Precipitação pluvial, temperatura média do ar e disponibilidade de luz são as principais que favorecem a ocorrência de doenças.

As tendências climáticas para os próximos meses de 2010 no Rio Grande do Sul indicam um quadro de chuvas acima do normal, especialmente na metade norte do estado, segundo informações divulgadas pelo boletim do Conselho Permanente de Agrometeorologia. O cenário poderá ou não se confirmar (em meteorologia tudo é possível), mas pode muito bem ser utilizado como um indicador para o manejo de doenças na safra 2009/10.

 

– O produtor rural que almeja a racionalização e eficiência no uso de insumos deve trabalhar com um planejamento antecipado de suas ações. Para tanto, o uso de ferramentas gratuitas e de fácil acesso, como estes boletins on-line, são de extrema utilidade, embora muitas vezes sejam desconhecidas pelos agricultores – comenta o engenheiro-agrônomo do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) da área de manejo de doenças, Daniel Grohs.

Em arroz, de modo geral, as variáveis meteorológicas apresentam certa relação com a incidência de doenças. Precipitação pluvial, temperatura média do ar e disponibilidade de luz são as principais que favorecem a ocorrência de doenças. Desta forma, no cenário prognosticado para os próximos meses (quentes e chuvosos), há uma tendência de aumento do risco de ocorrência principalmente da brusone (Pyricularia oryzae) e das manchas foliares, com destaque para a mancha-parda (Bipolaris oryzae). O produtor deve estar atento ao número de dias nublados ao longo do período reprodutivo, pois estes favorecem uma alta produção de esporos pelos fungos, especialmente a brusone.

No caso do produtor optar pelo controle químico preventivo (quando a aplicação é realizada antes do surgimento dos primeiros sintomas da doença), os produtos a base das misturas de estrobilurinas com triazóis, (Brio, Nativo e Priori, por exemplo) têm mostrado boa eficiência de controle para a maioria das doenças, inclusive a brusone. Porém, deve-se ter o cuidado com a dose utilizada, que varia de produto para produto em função do tipo de doença e do número de aplicações. Vale lembrar, que a aplicação do fungicida por ocasião do final do emborrachamento, tem se mostrado como o melhor momento para realizar a aplicação preventiva.

Ghohs salienta que, em geral, as estrobilurinas não apresentam um bom efeito curativo (quando a aplicação é realizada após o surgimento dos primeiros sintomas da doença), sendo destacado, para este caso, o uso dos benzotiazóis ou triazóis. Os benzotiazóis (como o Bim) são específicos para controle de brusone e os triazóis (Folicur, Score, Eminent e outros) são eficientes especialmente para o controle de manchas foliares, embora com baixa eficiência para o controle de brusone.

– De modo geral estes produtos apresentam também um efeito preventivo, porém com residual médio inferior ao uso das estrobilurinas – finaliza.

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