Clima é tema principal na safra dos EUA

 Clima é tema principal na safra dos EUA

(Por Planeta Arroz*) Enquanto espera o anúncio oficial da área efetivamente semeada e os primeiros prognósticos de colheita que serão anunciados na próxima quinta-feira, pelo USDA, a cadeia produtiva do arroz dos Estados Unidos está vendo as cotações se elevarem tanto no mercado físico como no de contratos futuros do arroz em casca. A expectativa global de uma colheita menor em até 20% (mas com maior peso na retração dos grãos médios e curtos pela restrição de água para irrigação na Califórnia) e talvez algo próximo de 5% nos grãos longos-finos, e a volta do Iraque às compras nos Estados Unidos estão fazendo com que as cotações do arroz se elevem tanto no mercado físico como no mercado de contratos futuros na Bolsa de Chicago.

No Texas, por exemplo, segundo relato do consultor e ex-CEO da Associação dos Produtores de Arroz dos Estados Unidos (USRPA), Dwight Roberts, o mercado parece estar oscilando na faixa de US$ 17,50/cwt, que equivale a 45,36 quilos. Convertido na saca de 50 quilos, equivaleria a US$ 19,29. Este valor, convertido em reais, equivale, pela parcial do dólar ao meio-dia desta segunda-feira, a R$ 99,34. Claro que a realidade de cada negociação e circunstância local de mercado é absolutamente diferente e esses valores não se convertem automaticamente. Os produtores, no entanto, em função da demanda de energia para irrigar (diesel ou eletricidade) esperam um valor um pouco maior para fazer face às despesas este ano. Estima-se que cerca de 15.000 acres (ou pouco mais de seis mil hectares) de segunda época de plantio sejam afetados.

Roberts explica também que há grande expectativa em torno dos novos relatórios que estão surgindo esta semana sobre chuvas de monção mais fraca na Índia, que estaria resultando em pelo menos 13% de redução na lavoura do país asiático, o maior exportador global com 21,5 milhões de toneladas, ou 40% das transações internacionais.

“A Índia tem sido o fornecedor de menor custo e o maior exportador global por muito tempo e, como resultado de três safras recordes, manteve em grande parte sob controle a inflação do arroz em relação às outras cestas de commodities”, observa o analista texano.

Embora isso tenha sido bom para alguns países pobres e em desenvolvimento, é um cenário que atingiu duramente outras regiões, como os EUA, e dificultou a competitividade em um mercado global. “Fala-se agora que uma seca na Índia e a consequente redução da área plantada podem resultar em uma mudança significativa no preço e na oferta exportável de arroz deste país. Embora nada esteja escrito em pedra neste momento, será importante observar nas próximas semanas como a volatilidade dos preços está se tornando um fator-chave em todas as decisões”, alerta.

Na Ásia, a Tailândia teve um pequeno salto no preço, de US$ 400 por tonelada métrica na semana passada para cerca de US$ 410 ptm nesta semana. Os preços no Vietnã se mantiveram estáveis em pouco mais de US$ 410 ptm, assim como da Índia e Paquistão, em US$ 355 e US$ 375 ptm, respectivamente. “O mercado aqui é descrito como estável, mas pode ser abalado se as monções da Índia continuarem fracas”, acrescenta.

MERCADOS NOS EUA

Dwight Roberts, em seu boletim semanal, informa que no mercado físico, os preços do arroz “paddy” no Texas estão no valor de US$ 17,50/cwt, conforme mencionado acima. A Louisiana teria o quintal cotado a US$ 17/cwt, enquanto Mississippi, Arkansas e Missouri estariam em US$ 16/cwt e US$ 16,50/cwt. Isso se traduziria em preços indicativos de aproximadamente US$ 700 por tonelada para arroz branco exportável, com 5% de quebrados.

“No mercado de futuros, vimos um volume médio diário de 750 contratos, significativamente acima da semana passada. E interesse em aberto de 8.360, o que está em linha com a semana passada. O relatório semanal de vendas de exportação do USDA mostra vendas líquidas de apenas 3.000 toneladas, em base casca, uma redução de 87% em relação à semana anterior e 88% em relação à média de quatro semanas anteriores. (*Com informação da USRPA, USDA e UA)

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