Colheita do arroz abre com manifestações por melhores preços

Apesar de nenhuma medida pontual de mecanismo de comercialização ter sido anunciada oficialmente pelo governo durante o evento, o presidente da Federarroz manifestou otimismo, e espera para março um pacote de ações oficiais.

A 22ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Restinga Sêca (RS), teve início na manhã deste sábado, dia 25 de fevereiro, com a presença de mais de 5 mil produtores. O governador Tarso Genro, do RS, acompanhado de autoridades estaduais e federais, foi o responsável pela solenidade de abertura, juntamente com o ministro da Agricultura Mendes Ribeiro Filho.

A mesa de autoridades montada sob o lonão, instalado no Parque de Eventos do município, contou com a presença do presidente da Federação das Associações de Arrozeiro do RS (Federarroz), Renato Rocha, o presidente da Assembléia Legislativa do RS, deputado Alexandre Postal, prefeito de Restinga Sêca Tarcizo Bolzan., além de representantes da cadeia produtiva do arroz e do presidente da associação de arrozeiros local, Cláudio Possebon.

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, reiterou a pauta de reivindicações do setor, entre elas a redução da carga tributária para o arroz, dos custos de produção e uma solução imediata para as assimetrias do Mercosul e para o endividamento da classe produtiva. Rocha também cobrou que as medidas anunciadas pelo governo, entre elas a liberação de recursos para mecanismos de comercialização da safra 2011/12, ainda durante o período de colheita e a garantia de apoio para que 1 milhão de toneladas de arroz seja exportação.

O governador Tarso Genro reafirmou a parceria do Governo do Estado com a classe orizícola e garantiu que não faltarão recursos para o setor. O discurso do governador foi complementado pela fala do ministro da Agricultura, que se comprometeu em fazer com que as medidas do governo cheguem ao produtor com maior rapidez e eficiência. Mendes Ribeiro Filho prometeu virar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de cabeça para baixo para colocá-lo efetivamente a serviço do produtor. O ministro defendeu uma política de apoio ao agricultor com atenção especial nas ações que promovam habitação, energia, infra-estrutura de escoamento da produção, safra com menor custo e renda para o produtor.

Apesar de nenhuma medida pontual ter sido anunciada oficialmente pelo governo durante o evento, o presidente da Federarroz manifestou otimismo: “Tivemos um protocolo de intenções com o Banco do Brasil onde serão colocados R$ 700 milhões para a comercialização do arroz, R$ 500 milhões para EGF e R$ 200 milhões para a pré-comercialização e compra de insumos para a próxima safra. Também tivemos anúncio de recursos do Sicredi e do Banrisul para pré-comercialização e EGFs, no Balcão de Negócios. Com este volume anunciado aqui pelo Banco do Brasil deveremos chegar a R$ 900 milhões para a comercialização. Esse pacote de recursos, aliado as medidas que o ministro da Agricultura prometeu em editar com a maior brevidade possível, dá para projetar um cenário de comercialização mais favorável para esta safra”,afirmou Renato Rocha.

A expectativa do setor de produção é que o MAPA libere recursos até o final de março para sustentar a comercialização de 50 mil toneladas em Aquisições do Governo Federal (AGFs) e 300 mil toneladas em contratos de opção. Também é esperado um volume de recursos em Pepro para abril e o anúncio de um programa de apoio às exportações, que pode incluir o PEP regionalizado se os preços médios no RS ficarem abaixo do preço mínimo de garantia, de R$ 25,80. Um estudo será feito no sentido de avaliar a adoção de PEP ou repasse dos contratos de opção para exportações se o mercado não superar a média estadual, ou regionalizada, do preço mínimo.