Colheita do arroz no RS atinge 91,51% da área total cultivada, diz Irga
Entre as regiões produtoras, a Fronteira Oeste e a Planície Costeira Externa se destacam com os maiores percentuais de colheita – Foto: Giovane Wrasse/Irga
(Por Planeta Arroz) As duas instituições ligadas à produção agrícola do Rio Grande do Sul divulgaram seus relatórios da andamento da colheita do arroz. Segundo o Irga, a colheita do arroz no Rio Grande do Sul alcançou 91,51% da área total cultivada, conforme dados desta sexta-feira (2). Dos 970.194 hectares semeados no estado, 888.852 já foram colhidos, sinalizando um avanço significativo nos trabalhos de campo.
Entre as regiões produtoras, a Fronteira Oeste e a Planície Costeira Externa se destacam com os maiores percentuais de colheita. A Fronteira Oeste já retirou 96,83% do arroz das lavouras, enquanto a Planície Costeira Externa atinge 98,16%. Na sequência, aparecem a Zona Sul, com 93,38%, e a Planície Costeira Interna, com 90,90%. A Campanha apresenta 87,97% da colheita concluída, e a Região Central segue com o menor índice até o momento, com 76,47%.
Conforme Luiz Fernando Siqueira, gerente da Divisão de Pesquisa e Extensão Rural (Dater), a Região Central tem a maior área a ser colhida em razão do atraso no encerramento da semeadura, mas a expectativa é que nos próximos dias avance significativamente. “Com o clima colaborando em boa parte do ciclo, a expectativa é de que a colheita seja finalizada nas próximas semanas”, avalia Siqueira, destacando que o próximo passo da Dater será a realização do levantamento completo e análise dos dados da colheita, incluindo a área colhida, produtividade e área perdida.
Os dados sobre a colheita do arroz são coletados e divulgados semanalmente pelo Irga, por meio da plataforma Safra, que oferece informações precisas e detalhadas sobre o andamento da semeadura e da colheita. A plataforma é alimentada pelos 37 escritórios do Irga distribuídos em todas as regiões arrozeiras do Estado.
EMATER-RS
Já a Ascar/Emater-RS, observa em seu relatório que p0 período sem precipitações na maior parte dos municípios favoreceu o avanço da colheita, embora tenha intensificado a ocorrência de grãos com baixa umidade, resultando em elevados índices de quebra do cereal durante o beneficiamento. A área colhida está estimada em 91% da cultivada.
Próximo ao encerramento da safra, destaca-se a situação crítica das barragens utilizadas para irrigação, cujos níveis estão muito baixos, tornando imprescindível o retorno de chuvas volumosas no restante do outono e ao longo do inverno para assegurar o abastecimento hídrico da próxima safra.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em Uruguaiana, a colheita ultrapassou 90% dos 76.500 hectares semeados. Houve alguns problemas de baixa umidade dos grãos, que chegou a 16%, quando o ideal é entre 20% e 22% para uma colheita segura, sem comprometer a qualidade industrial do produto. Em São Borja, a colheita atingiu 97% dos 33.965 hectares, restando apenas áreas replantadas ou estabelecidas tardiamente em dezembro. Em Maçambará, os 20.000 hectares cultivados foram colhidos, e a produtividade média foi de 8.200 kg/ha. Em São Gabriel, a colheita está próxima da finalização, atingindo 90% dos 26.000 hectares cultivados.
A produtividade média, em torno de 9.000 kg/ha, é considerada elevada, e a qualidade dos grãos colhidos mantevese satisfatória, com índices de grão inteiro superiores a 60%. Ocorrências pontuais de acamamento foram registradas, principalmente em lavouras da cultivar Pampa, sem impacto relevante nas médias regionais. Já em Dom Pedrito, maior área de arroz da Campanha, com 38 mil hectares, a colheita chega a 90%, e a produtividade em algumas lavouras ultrapassa 10.000 kg/ha, com predominância de grãos de boa qualidade.
Na de Pelotas, a colheita avançou significativamente, para 91%, impulsionada pelas condições climáticas. Foi finalizada a operação em Piratini, Pedras Altas, Capão do Leão, São José do Norte, São Lourenço do Sul, Tavares e Cerrito. Os cultivos remanescentes (9%) encontram-se na fase de maturação final, prontas para colheita. As produtividades variam entre 8.000 e 10.600 kg/ha, com média regional de referência estimada em 8.900 kg/ha.
Na de Santa Maria, a colheita ultrapassa 90%. Em Cachoeira do Sul, município com maior extensão de cultivo na região (23.640 hectares), 93% das lavouras foram colhidas. Em Cacequi, com 12.000 hectares semeados, a colheita atinge 95%. De modo geral, na região, os rendimentos têm se mantido dentro das expectativas iniciais, embora haja registros pontuais de redução em alguns municípios.
Na de Soledade, as atividades de colheita seguiram intensas, favorecidas pelo tempo f irme, permitindo alcançar 95%. As lavouras remanescentes encontram-se em maturação (5%). De modo geral, as produtividades estão elevadas, e a qualidade dos grãos é considerada excelente, reflexo do adequado suprimento hídrico durante o ciclo produtivo na maioria das áreas. Comercialização (saca de 50 quilos) O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,54%, quando comparado à semana anterior, de R$ 76,08 para R$ 76,49/sc.
CONAB
Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), informa que apesar da evolução da colheita, que atingiu 84,4% da área plantada no país, até o final de abril, nota-se um arrefecimento no movimento de desvalorização, em meio à limitação da oferta por parte dos produtores, que se mostram pouco dispostos a comercializar no atual patamar de preço ao produtor. Ademais, a expectativa é de que um provável incremento do volume exportado atue como fator de sustentação das cotações nos próximos meses.