Colheita em ritmo lento no RS

A estimativa é de que a colheita se arraste até maio, já que muitos produtores tiveram de fazer o replantio em janeiro devido às enchentes.

A colheita do arroz avança em ritmo lento no Rio Grande do Sul. Segundo o Irga, apenas 19,3% da área plantada foi colhida até o momento. No mesmo período, há um ano, o percentual já havia alcançado 36,7%. O atraso é consequência do excesso de chuvas que afetou as regiões da Fronteira-Oeste e Depressão Central no final do ano passado. Segundo o diretor comercial do Irga, Tiago Barata, pouco mais de 60% da área foi plantada dentro do período recomendado, que é até o dia 15 de novembro. Com as enchentes, muitos produtores tiveram de fazer o replantio.

Apesar da previsão de queda de 15% na produção, o impacto desta safra no mercado ainda é uma incógnita. Em tese, o volume menor pode elevar o preço, mas o produtor não está seguro de que isso vai ocorrer. "A única certeza que temos é que colhendo menos o custo de produção é maior", comenta Barata, O diretor do Irga, no entanto, acredita que pode ocorrer umrecuperação de preço ao longo de 2016 por motivos como a redução da safra na Argentina e no Uruguai e a posição mais competitiva do arroz brasileiro no mercado internacional.

Segundo o presidente da Câmara Setorial do Arroz, Daire Coutinho Neto, algumas lavouras situadas na Fronteira-Oeste, que representam a maior parcela colhida até agora, apresentam quedas de produção superiores à prevista pelo Irga. Mas, segundo o dirigente, o resultado dessas lavouras não é suficientes para se fazer uma projeção da produção estadual. O impacto do excesso de chuvas ficará mais claro no final de março. "Sabemos que os prejuízos não vieram para todos no mesmo formato. Temos que aguardar mais números da colheita para saber a realidade", observa Coutinho.

A estimativa é de que a colheita se arraste até maio, já que muitos produtores tiveram de fazer o replantio em janeiro devido às enchentes. Em um ano normal, a maior parte da colheita seria encerrada em abril. Enquanto isso, os arrozeiros seguem à espera de uma resposta do governo federal ao pedido de criação de uma linha de crédito especial para os produtores atingidos pelas inundações na Fronteira-Oeste e Depressão Central. A informação recebida pelo setor é que o tema está sendo tratado no Ministério da Fazenda.

O Indicador Esalq/Senar-RS, divulgado nesta semana, apontou uma cotação de R$ 39,99 pela saca de 50 quilos, o menor valor registrado em 2016. Conforme o Cepea, da Esalq/USP, os agentes das indústrias estão no aguardo do avanço da oferta e mantêm baixo o interesse por novas compras. Algumas empresas ainda trabalham com arroz da safra 2014/2015, recebendo o arroz da safra "nova" apenas para secagem ou armazenagem.

 

4 Comentários

  • Quase parando, parando, parou por que?! Porque não tem muito o q colher mesmo, quem replanou, perdeu em dezembro de novo, e os inteligentes abandoram e procuraram terras altas pra soja.

  • Definitivamente a quebra nao vai ser de 30%… Errei feio… Vai ser de 50%… Areas que ano passado produziram 340 por quadra hj estao rendendo nem 200… Mais um ano terrivel… E mesmo assim algumas industrias baixando preços pra esgoelar o pessoal… Em outubro vao ter que pagar 50 pila…

  • Pois é, nessas horas podemos ver quem são os predadores. A mesma indústria que foi ponta de lança no achatamento de preços recentemente por outro lado remete sua gerência atrás de captar mais clientes em visitas a campo. A casa dos predadores já está por cair. O arrocho de preços desmedido traz descrédito e quebra de parceria comercial. A retomada de preços melhores já está por se impor. Sds

  • Em Camaquã, as lavouras colhidas estão apresentando médias de produção muito abaixo do esperado para lavouras plantadas em outubro, que deveriam apresentar uma boa produtividade, pois, por ocasião da emissão das panículas o clima não estava desfavorável (frio). Acredita-se aqui que as altas temperaturas (acima de 30º c) no mês de janeiro tiveram influência negativa na floração. Outro fator que está influenciando a queda de produção, foi o controle ineficiente de invasoras, como capim arroz resistente e vermelho e preto oriundos de camadas mais profundas do solo.
    Se as lavouras plantadas dentro da janela ideal não estão produzindo satisfatoriamente, que dirá das plantadas tardiamente.
    Quem não acredita em queda violenta na produção deste ano e passar pelos engenhos e secadores para secagem de terceiros e não ver filas de caminhões, vai se lembrar deste pequeno comentário a respeito de produtividade de arroz no RGS neste ano/safra.

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