Com baixas exportações, Uruguai tem dificuldades em fixar preços

 Com baixas exportações, Uruguai tem dificuldades em fixar preços

Assembleia da ACA não conseguiu definir preços

Em crise, apenas 11% da nova colheita uruguaia foi exportada.

 Ainda que em assembleia os produtores analisaram fixar o preço provisório de referência com a indústria, entendeu-se que era muito difícil dada a pequena exportação realizada até o momento.
Num ano em que a colheita de arroz do Uruguai foi realizada em tempo hábil, apesar do encolhimento da área plantada, os produtores uruguaios estiveram reunidos em uma nova assembleia em Trinta e Três, na quinta-feira, na qual sobraram críticas ao governo. Eles entendem que, apesar das demandas e apresentação dos cenários ao governo de Tabaré Vasquez, os agricultores “ficaram na solidão”.

O presidente da Associação dos Cultivadores de Arroz do Uruguai, (ACA), Alfredo Lago, disse que a quantificação também foi analisada com a indústria para definirem o valor da saco de arroz de 50 quilos em 30 de junho, mas com apenas 11% da safra foi comercializada, “ficou entendido que era muito difícil definir um preço provisório, como tem sido feito em anos anteriores”. Nesta época do ano passado, as usinas de arroz haviam exportado 30% da safra, mas geralmente essa porcentagem está localizada em 40% no histórico dos anos comerciais.

Lago confirmou que ficou aprovado em quase seis horas de assembleia era um valor de referência, mas foi decidido adiar até atingir pelo menos 35% do volume exportado, como forma de fixar um preço provisório estimado para o mês de setembro.

Atualmente, a renda por valor de referência equivale a US$ 8,75 por saca de 50 quilos. "Obviamente, esse é um valor menor do que em anos anteriores, o que reflete as dificuldades de concluir os negócios e os preços de exportação um pouco menores do que nas últimas temporadas, e sem dúvida exacerba a situação problemática vivida pelos produtores. Portanto, apesar da realidade, a inconformidade implica um alerta para a indústria", comentou Lago.
Insensibilidade

Os produtores de arroz destacaram, por sua vez, a falta de sensibilidade dos poderes Executivo e Legislativo, apesar de inúmeros apelos setoriais, de modo que tomassem "medidas fundamentais para corrigir essa situação". "As medidas que foram tomadas são insignificantes para manter o setor. Mais do que tudo, se procurou externalizar à opinião pública, mas as ações que foram realizadas pelo governo não têm magnitude para resolver a situação", criticou um produtor de arroz presente, que prevê a continuação da crise e da queda de área na atividade se a situação persistir.

Entre as principais medidas adotadas, fontes do governo destacaram a prorrogação do desconto do IVA sobre o óleo diesel para os contribuintes do IMEBA, a redução do IVA para pequenos produtores, descontos à indústria relacionados a medidas de eficiência energética, entre outros apoios como fundos arroz para várias dezenas de milhões de dólares que datam de 2015.
Durante a safra nacional 2018/19, o rendimento médio situou-se em 8.250 quilos por hectare (perto do recorde de 8.571 quilos 2016/17), com os produtores gravemente afetados por excesso de chuvas no início de janeiro que conseguiram 6.000 quilos por hectare e outros, que não tiveram contratempos, que ultrapassaram os 10.000 quilos/ha.

Foram 145 mil hectares cultivados, 20% menos que no ano passado e a menor área desde a safra de 1991/1992, quando foram 127 mil hectares plantados no território uruguaio. (Com J. Samuelle/El Observador)

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