Com redução de preços nas sacas de arroz e soja, agricultores ainda não projetam aumento de lucro

Na cultura da soja, além da retração no preço, a falta de chuva também deve interferir na qualidade do grão e nos rendimentos .

Agricultores da região central do Rio Grande do Sul, que tem como carro-chefe do setor agrícola as culturas de arroz e de soja, ainda não projetam aumento de lucro em comparação com o ano passado para esta safra.

Na cultura do arroz, por exemplo, no ano passado, a produtividade ficou abaixo da média. Isso se deu em função da pouca luminosidade – condição que interfere diretamente no desenvolvimento do grão. Para 2017, se espera aumento da produtividade, já que as condições climáticas se mostram favoráveis, no momento, para essa cultura. O problema está no preço praticado atualmente na comercialização das sacas.

De acordo com o gerente adjunto Regional da Emater em Santa Maria, José Renato Lovato Cadó, em 2016, na mesma época, a saca de arroz valia cerca de R$ 47. Mas neste ano, o valor caiu e está perto da casa dos R$ 35. A queda, conforme Cadó, pode interferir diretamente nos rendimentos do produtor, já que mesmo com acréscimo de produtividade a chance de compensação com o preço é pouca:

_Imaginamos que a produtividade do arroz desse ano vai se dar em torno de 10% a mais do que no ano passado. Mas, se formos considerar que o preço está mais baixo, isso sempre acaba recaindo no produtor. Por mais que a safra seja, em termos de quantidade de grãos colhidos, boa, o preço sendo menor, vai afetar o produtor sobre todos esses custos_ destacou Cadó.

Na soja, mesmo com ligeiro aumento de 2% na área plantada na região, as projeções também ainda são incertas, uma vez que a falta de chuva interfere no desenvolvimento da cultura. O preço também está, no momento, mais baixo do que no ano passado. Em 2016, a saca de 60 kg de soja valia R$ 70. Agora está em cerca de R$ 64.

_É possível que (a falta de chuva) influencie na produtividade da cultura da soja. E, se isso ocorrer, com o preço ainda menor para o produto, vai haver dificuldade. E para o Estado, a gente já prevê que haja certa retração nas questões relacionadas à agricultura_ disse Cadó.

Nos 35 municípios que fazem parte da Gerência Regional da Emater em Santa Maria, a área do arroz é estimada em 139 mil hectares. Já a de soja é maior ainda: chega a 898 mil hectares, o que representa quase 18% de toda área plantada no Estado – 5,5 milhões de hectares.

Na região, o arroz já tem 94% de área já plantada e a soja está na casa dos 86%. A previsão de colheita para o arroz é para metade de fevereiro, já para soja a perspectiva se estende para o mês de março.

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