Começa a colheita do arroz nos Vales do Taquari e Rio Pardo

 Começa a colheita do arroz nos Vales do Taquari e Rio Pardo

Núcleo de Candelária tem 1% da área já colhida – pouco menos de 200 hectares

Pantano Grande colheu a primeira lavoura da temporada e tem as operações mais adiantadas.

 Refletindo o atraso na fase inicial do plantio pelo excesso de chuva em outubro e novembro de 2018, começou lentamente a colheita de arroz na região dos vales do Taquari e Rio Pardo. Pantano Grande colheu a primeira lavoura da temporada e tem as operações mais adiantadas, segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), com 300 hectares colhidos. O município se destaca em produtividade, em especial por adotar regras de manejo para altos rendimentos.
Em Santa Cruz do Sul, com 1,8 mil hectares semeados, e Vera Cruz, com mil hectares, a colheita iniciará no próximo dia 20. O plantio nestes dois municípios começou um pouco mais tarde, segundo o técnico agrícola Enio Coelho, do Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) do Irga, em Candelária. Conforme ele, 245 hectares em Santa Cruz e 120 em Vera Cruz estão em fase de maturação fisiológica.

O núcleo de Candelária envolve também Cruzeiro do Sul, Cerro Branco, Novo Cabrais, Vale do Sol e Venâncio Aires, e alcança 1% da área colhida, pouco menos de 200 hectares. Essa microrregião registra quase 2 mil hectares a menos dedicados à cultura desde a safra 2014/2015, quando beirava 19 mil hectares. O rendimento esperado fica entre 7 e 7,5 toneladas por hectare. O terreno que deixou de ser plantado foi direcionado à soja ou pecuária. “Se os custos seguirem altos e a remuneração baixa, a tendência é de nova queda na próxima temporada”, acredita Coelho.

Na microrregião de Rio Pardo, Pantano Grande, Passo do Sobrado e a área norte de Encruzilhada do Sul foram semeados 13.750 hectares, 60 a mais que o previsto inicialmente. Ainda assim, houve uma pequena queda frente ao ciclo 2017/2018, segundo o engenheiro agrônomo Ricardo Tatsch. Perto de 2% das lavouras estão colhidas. Pantano tem a operação mais adiantada, cerca de 4%.

Em nível nacional, a safra deve ser 11,3% menor nesta temporada, alcançando 10,7 milhões de toneladas do grão em casca. A área reduziu 10,8% e a produtividade deve cair 0,6%. O Rio Grande do Sul colhe 70% do arroz do País. A expectativa é de que os preços ao consumidor sigam baixos de março a junho, por causa da concentração da oferta, mas subam a partir de julho, com reflexo nas gôndolas.

Produtividade
As primeiras lavouras colhidas têm produtividades acima de nove toneladas por hectare, mas as médias tendem a cair à medida que a colheita avança para regiões de semeadura mais tardia. Entre os problemas verificados nos 12 municípios arrozeiros dos vales do Rio Pardo e Taquari estão muitas áreas com infestação de plantas resistentes a herbicidas, caso do capim-arroz, arrozvermelho, junco e ciperáceas.

Há também muitas queixas dos produtores para o fato de o preço atual, em R$ 39,00, não cobrir o custo médio de produção de R$ 48,00 por saca de 50 quilos do arroz em casca. O deficit, por saca produzida, é de R$ 9,00, um custo que o agricultor não tem como bancar. As entidades representativas aguardam para o próximo dia 20 anúncios de medidas do governo federal para uma repactuação do endividamento, restrições às importações do Mercosul e um novo preço mínimo para operações com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A SAFRA NA REGIÃO
* Município Área (ha)
* Candelária 8.000
* Cerro Branco 1.050
* Cruzeiro do Sul 615
* Novo Cabrais 1.750
* Santa Cruz do Sul 1.800
* Vale do Sol 1.100
* Venâncio Aires 1.800
* Vera Cruz 1.000
* Rio Pardo 8.550
* Pantano Grande 4.530
* Passo do Sobrado 570
* Encruzilhada do Sul (norte) 100

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