Comercialização de animais na Expointer 2005 supera edição anterior

Crise do arroz e seca no RS interferiram no resultado de comercialização da Expointer 2005.

A Expointer 2005 superou a de 2004 na comercialização de animais e nas vendas dos pavilhões da Agricultura Familiar e do Artesanato. Foram negociados neste ano R$ 6.184.165,50 em animais das diferentes raças participantes, contra o total de R$ 4.749.587,00 do ano passado, correspondente a R$ 3.045.247,00 resultantes das vendas dentro do Parque Assis Brasil, em Esteio, onde se realiza a Expointer, e R$ 1.704.340,00 das operações fora do parque.

O Pavilhão da Agricultura Familiar comercializou nesta feira R$ 286.161,00. Em 2004, foram R$ 252.339,00. Na área de Artesanato as vendas totalizaram R$ 944.850,00, enquanto em 2004 ficaram em R$ 927.676,46. Houve menor desempenho apenas no segmento de máquinas e implementos agrícolas – o que já era esperado, conforme destacou o governador Germano Rigotto durante entrevista coletiva concedida neste domingo, dia 4, no auditório da Central de Imprensa do parque – e na freqüência de público, o que se justifica pela chuva na maior parte dos nove dias da Expointer.

Na venda de máquinas e implementos, o total foi de R$ 135.241.100, o que representa 55% do valor obtido na edição anterior. Apesar da queda, o percentual alcançado em relação a 2004 é maior do que o registrado por outras feiras brasileiras, que em geral venderam 50% menos neste ano em comparação com o ano passado.

O número de pessoas que passaram pelo Parque Assis Brasil do dia 27 de agosto até este domingo foi de 526 mil pessoas entre pagantes e não-pagantes. Em 2004 cerca de 720 mil pessoas estiveram na feira, somando as que pagaram ingresso e convidados.

As movimentações de financiamentos para compras de animais e de equipamentos foram de R$ 27,2 milhões pela CaixaRS, R$ 10,139 milhões pelo Banrisul, R$ 12,4 milhões pelo BRDE (o equivalente a a 120% a mais de contratos assinados em relação a 2004) e R$ 14,1 milhões pelo Sicredi.

A avaliação do governador é de que a Expointer 2005, apesar das adversidades, encerrou-se como mais uma grande edição.

– Em 2003 tivemos a Expointer da Paz, com um clima positivo, com novos equipamentos na infra-estrutura do Parque Assis Brasil e a participação das entidades representativas do agronegócio. Em 2004, continuamos com o mesmo trabalho agregador e de parceria com as entidades, e superamos a Expointer de 2003. Quando começamos a organizar a deste ano, já sabíamos das dificuldades para ultrapassar os números do ano passado, mas assim mesmo não contávamos com uma perda de 74% na safra de soja, mais de 70% na de milho e mais de 60% na de feijão, em conseqüência da maior seca dos últimos 60 anos – afirmou o governador.

Outro problema enfrentado, conforme lembrou, foi a crise sofrida pelos produtores de arroz, ocasionada pelo custo de comercialização inferior ao de cultivo, pela concorrência de grãos subsidiados de outros países do Mercosul e pelo excedente de 1 milhão de toneladas em estoque. Esses problemas, mais o preço de commodities no mercado internacional, acarretaram retração no mercado de máquinas e equipamentos agrícolas, que tem cerca de 60% da fabricação nacional concentrados no Rio Grande do Sul.

– Nenhum momento do agronegócio foi tão difícil quanto o que vivemos nos últimos meses. E isso se reflete na totalidade da economia, porque o agronegócio puxa ou segura os outros setores. Problema na agricultura significa problema na indústria, na prestação de serviços e no comércio – disse Rigotto.

Para o próximo ano Rigotto anunciou a realização de um plano diretor para o parque, mais um estacionamento com 3 mil vagas, cobertura para a pista central, melhorias nos alojamentos de peões e tratadores, mais espaços para ovinos e remodelação de locais onde são realizados leilões de animais.

Em atendimento a uma reivindicação da Associação Rural do Uruguai, a Expointer 2006 terá o início antecipado e o período estendido em um dia. Será realizada de 18 a 27 de agosto, começando em uma sexta-feira, e não em um sábado, como ocorria até agora. A mudança evita que a feira gaúcha coincida com a Expoprado, promovida em Montevidéu.

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