Como fazer do arroz um prato indigesto?

Arrozeiros decidem neste sábado, às 9h30min, na Ulbra, a receita do protesto contra o Governo Federal.

A cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul tentará neste sábado, a partir das 9h30min, no auditório do campus da Ulbra/Cachoeira do Sul, traçar um plano de protesto contra o Governo Federal pela valorização da orizicultura. A receita indigesta de arroz terá que atingir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e precisa de efeitos imediatos. O presidente da União Central de Rizicultores (UCR), Pinto Kochenborger, sustenta a ideia de que todos os brasileiros devem parar suas atividades em solidariedade ao homem do campo, forçando o presidente Lula a negociar com os agricultores.

“Não é só o arroz que precisa de socorro do Governo Federal. O presidente Lula está garantindo comida barata para o povo às custas do produtor rural. Nossas dívidas só aumentaram nos últimos anos”, frisa Kochenborger. A assembleia dos produtores promete debates quentes, tanto que o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), Renato Rocha, decidiu impedir a participação de veículos de comunicação durante o encontro. Representantes de bancos, principais credores e financiadores dos lavoureiros, também terão que esperar do lado de fora da reunião, que deve se prolongar por quatro horas.

PROTESTO – A Federarroz colocará em debate pelo menos duas propostas de manifestação nacional. Uma delas é um caminhonaço, que vai partir da fronteira oeste do estado para chegar a Brasília no dia 8 de agosto. A outra ideia é buscar apoio de todos os setores da economia a parar o Brasil, fechando estradas e paralisando as indústrias, o comércio e a prestação de serviços. “Se parar tudo por dois ou três dias, o Governo Federal será obrigado a negociar com os produtores”, avalia Kochenborger.

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, convidou para a assembleia deste sábado os dirigentes das 30 associações de produtores que são vinculadas à Federarroz e espera uma assembleia com cerca de 300 representantes da cadeia produtiva. “O Governo Federal está lento na tomada das decisões e isso está causando prejuízos ao setor arrozeiro”, avalia Renato Rocha, que fará no início da assembleia um relato sobre as ações desenvolvidas nos últimos meses em defesa do setor arrozeiro.

Importante

Não será apenas o protesto dos arrozeiros que estará em debate na manhã deste sábado, na Ulbra. Os agricultores também vão discutir a necessidade de implementar mecanismos de comercialização do arroz, como leilões promovidos pela Bolsa de Mercadorias. A Federarroz está insistindo com o Governo há várias semanas para que seja garantida a liberação de recursos para colocar em prática os mecanismos de sustentação de preço do arroz, elevação da tarifa externa comum para 30% e adequações na linha de crédito para atingidos das enchentes.

ATENÇÃO

Em meio à crise financeira, os produtores de arroz ainda precisam se preocupar com as exigências ambientais. As renovações de licenças da lavoura e os prazos para investimentos obrigatórios nas propriedades também estarão em discussão neste sábado, na Ulbra. “Conseguimos ampliar os prazos, principalmente para os produtores que tiveram perdas de mais de 30% na última safra”, antecipa Renato Rocha. O debate sobre as exigências da Fepam será comandado pelo engenheiro agrônomo Gerson Ferreira, consultor ambiental da Federarroz. Há cerca de um mês, quando palestrou na Fenarroz, Gerson Ferreira alertou que dos 3,5 mil empreendimentos rurais que dependem da renovação do licenciamento ambiental da Fepam, apenas 900 tinham encaminhado o pedido.

3 Comentários

  • tambem sou produtor de arroz no Mato Grosso, o produtor tem que ter em mente que o que funciona mesmo é a infalivel lei de oferta e procura, então em vez de perder tempo e dinheiro fazendo protesto aproveitem a oportunidade para organizar uma redução de área plantada, plantem´só as melhores áreas com mais fertilidade e menor problemas de ervas daninhas, com uma produção de 4,0 milhões de toneladas de arroz na safra 2010/2011 com certeza a saca de arroz aí no RS e SC estará acima de R$40,00 e todos vão ganhar dinheiro, sigam o exemplo da OPEP, quando o preço do petroleo cai eles se reunem e diminuem a produçao e aí o preço sobe novemente é tão simples porque não fazer??????

  • Se o Governo tivesse me avisado pra não comprar maquina nenhuma, ou fazer investimentos, até poderíamos fazer o que o LUIZ CARLOS prega, ou seja, reduzir área. E não teria investido na lavoura de arroz que sou altamente eficiente, e sim na minha carreira de advogado ou piloto de avião fora outros atributos que DEUS me deu.

  • Concordo com vc Luiz Carlos, mas se com essa quebra de safra o preço ainda não subiu, será q com a diminuição da área ele vai subir?
    Concerteza não. O governo esta mais preocupado com a comida barata para o povo do que com o produtor.
    Não sou produtor de trigo, mas é um bom exemplo. Ouve uma diminuição grande na área plantada de trigo, e o preço não subiu, mto pior o governo ainda baixou o preço minimo do produto para não subir a farinha.
    Do jeito q esta ao menos na minha região está bom para os grande que estão tomando conta de todas areas. Pequenos e médios produtores estão só se endividando. Para os pequenos produtores o governo vai perdoar as dividas. E o resto que se dane.

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